CARTAS DA PRISÃO
OS ADIVINHOS DO FUTURO
Amigos, leio escritores que tentam, por meio de seus escritos e entrevistas, adivinhar ou sonhar sobre o que virá depois da máscara. Depois da máscara improvisada, vieram modelos para distintos usos, com técnicas novas, tecidos coloridos, enfeitados com a bandeira nacional, de clubes esportivos ou fantasiados de caveiras ou caras de palhaços. A preocupação de quem entrevista e do entrevistado se dirige ao futuro, ao imaginável, ao que todos gostariam que acontecesse. Mas o real é o real. É dele que todos fogem. O real é o vírus. que surpreendeu a todos e não devia surpreender a ninguém. Os vírus, as bactérias fazem parte do conjunto de vidas que denominamos biodiversidade. Cada uma das espécies vivas têm sua gênese, seu lugar, sua evolução, seu armamento de sobrevivência e reprodução. Sabemos muito sobre baleias e ratos. Pouco ou nada sabemos sobre vírus. A realidade é que o vírus está conosco e que estamos nos escondendo dele sem saber onde ele está. O vírus, segundo ouço de bacteriologistas, infectologistas, entra pelo nariz e sai pela boca, quando não se aloja nos pulmões, no coração ou nos rins e mata o hospedeiro. Parece um jogo de crianças. Esconde-esconde. Mas com este vírus, quem o procura, o acha. Estamos cercados de vírus por todos os lados, por cima e pelo ar. Não me demoro a pensar no que virá. Vivo hoje, cercado de vírus e de máscaras. Cruel realidade. Sonhar é preciso. Tudo passa. Vai passar. O depois continua sendo o agora.
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