terça-feira, 15 de janeiro de 2019

ECONOMIA ECOLÓGICA (DOIS)


ECONOMIA ECOLÓGICA
ALTERNATIVAS DE AÇÃO POLÍTICA

(TEXTO PROVISÓRIO AMPLIADO EM 15.1.2019)

As decisões econômicas do G-20, imitadas pelo G-150, baseadas nas expressões estimulantes de crescimento econômico, aumento do PIB, geração de emprego e melhoria da renda, bolsas de valores, valorização de moedas, podem levar ao impasse social e ambiental em poucas décadas. As decisões em voga não extinguirão, nos próximos vinte anos, a pobreza ou a desigualdade.
A mudança do desenvolvimento quantitativo para o qualitativo é uma atitude racional reclamada pelo ecossistema global que desafia os ímpetos da tecnocracia econômica globalizada privada e pública.
O acordo de entendimento entre a espécie humana e a natureza – conjunto de bens e riquezas à disposição da biodiversidade – deve  ser proposto e definido no menor prazo.
Todo o esforço precisa se dirigir à preservação da biodiversidade. As decisões que comprometem e dificultam a sobrevivência da biodiversidade devem ser evitadas em razão do princípio da precaução.
Aos que sentem faltar o chão na política, aos que sonharam com utopias de esquerda, aos que perderam suas armas de participação no jogo social, ou se desencantaram com o progressismo, lembro o conselho de Fidel Castro à esquerda latino-americana na Conferência do Clima Eco/92:  
“Estilos de vida e de consumo que arruínam o meio ambiente não devem mais ser transplantados para o Terceiro Mundo.” 

Pode-se construir uma plataforma de lançamento de ações revolucionárias sobre alguns pilares:

·                  
         O planeta Terra é pequeno e suas reservas para sustentar a biodiversidade (trilhões de vidas) são limitadas. Consequentemente, o número de moradores desta casa também deverá ser limitado em âmbito mundial. Em todos os países, muitos casais, mulheres e homens, compreenderam que é necessário limitar o número de filhos. A grande família deixa de ser idealizada e dá lugar ao filho único ou, no máximo, a dois. É número suficiente para justificar a maternidade e a paternidade. 
         Os índices de natalidade se reduzem lentamente. As previsões para 2040 são de 10 bilhões de pessoas. Em consequência, a produção industrial e de alimentos terá um impacto ainda mais pesado sobre as riquezas naturais limitadas. Florestas, água e terra também serão afetadas pelas mudanças climáticas.
·       A espécie humana é a única entre todas as formas de vida que pode explorar, de forma predatória, as reservas no solo, no subsolo (extrativismo), no ar, nas águas doces e salgadas. E é capaz de adaptar-se em qualquer região do planeta. A população humana cresce em ritmo maior do que a capacidade humana de administrá-la eficaz e equitativamente.
·     É provado que o aumento numérico da espécie humana contribui diretamente para a destruição de vidas existentes no solo, no subsolo, no ar e nas águas doces e salgadas. Torna-se mais e mais difícil manter o equilíbrio entre o uso de bens e a regeneração dos biomas ocupados.  No ano 1800, a população mundial de um bilhão teria aritmeticamente uma área terrestre de 19,9 hectares por pessoa. No ano de 2018, com 7,5 bilhões de pessoas, o tamanho da área diminuiu para 2,7 hectares per capita.
·                  Igualmente, sua capacidade de produzir alimentos implica na destruição de florestas e de habitantes naturais de bosques, na reprodução de animais domésticos que também necessitam espaços, abrigos, água e comida.
·       A destruição ou extinção de espécies vegetais e animais de diferentes biomas do planeta, em troca de outras espécies, em benefício quase exclusivo da espécie humana,  modificam o ambiente, mudam o clima, rompem o sistema predatório natural, poluem as águas, afetam a saúde de toda a biodiversidade. Grandes investimentos alternativos são desviados para corrigir os erros contra a natureza.
·             O aumento do consumo de bens naturais e de artefatos, necessários e supérfluos, está diretamente relacionado ao crescimento da espécie humana, pelo estímulo econômico ao consumo de bens em nome do conforto.
·             O estímulo ao crescimento econômico – produzir mais para consumir mais – é uma corrida irracional a caminho do esgotamento das reservas do planeta, comprometendo energias e forças necessárias para diferentes atividades na área do conhecimento e da sabedoria das pessoas.
·       Observa-se que as diferenças e as desigualdades são mais difíceis de serem administradas com superpopulação mundial e superpovoamento regional.       Os sistemas de acumulação, distribuição e repartição das riquezas produzidas são complexos e sua complexidade aumenta com a superpopulação. A competição para apossar-se das riquezas tende a excluir os mais fracos e menos organizados.
·                A urbanização intensa, horizontal e vertical, em razão da superpopulação, é dominada por máquinas de terra e ar, barulhentas e poluidoras. A remodelação das cidades é medida de sabedoria humana. Todo o sistema de mobilidade deverá ser confinado em corredores exclusivos, deixando a urbe para pedestres. Hoje, as pessoas são vítimas de um ambiente propício ao ataque de nervos, de cansaço, de agressividade, de limitação da liberdade, de doenças, de poluição do ar e das águas. O conceito de convivência social se modificará com a separação dos corredores de trânsito dos ambientes humanos.
·     Os avanços da sabedoria da espécie humana, baseada em seus conhecimentos, pode garantir a harmonia entre preservação das reservas naturais e a sobrevivência de todos os seres vivos que formam a biodiversidade, cuja função é preservar a continuidade de todas as espécies. 
          É prudente e urgente promover ações que expressem o moderado uso das riquezas naturais, a amplitude do desenvolvimento cultural, a radicalização da democracia, o compromisso inarredável com os direitos humanos, sem discriminação, e exploração de alternativas sociais econômicas e ambientais de respeito às leis naturais.

AÇÕES

Ações de curto prazo – Organização de grupos, melhorar conhecimentos ecológicos e ambientais em cada bioma, definição de áreas a liberar. Aderir a atividades de reflorestamento, preservação de nascentes. Participar de reuniões para avaliação das atividades praticadas e intensificação de medidas de expansão de outras ações, tais como, redução do uso do carro particular, operação lixo-zero.
Dar a esta fase o caráter de movimento sem lideranças orgânicas. Participar por convicção ambiental, ecológica, social. Ideias de frente serão veiculadas de maneira clara que suscitem novos comportamentos sobre controle na reprodução humana. O envolvimento de mulheres é essencial.

Ações de médio prazo – Atuação política junto a deputados, organismos públicos, seminários, convenções, Em regiões onde os biomas e as características ambientais sejam favoráveis à pequena produção autossuficiente, o Estado reservaria áreas contínuas de assentamento de famílias, intercalando as áreas de plantio com as de preservação. Formar-se-iam corredores de produção ecológica sustentada com um subsídio suplementar para adquirir itens complementares. Um sistema de trocas poderá ser estabelecido entre as áreas produtivas respeitando a vocação dos assentados.

Ações de longo prazo – Contaminação do poder democrático, legítimo, antes e depois do processo eleitoral. (A propor) 


ANEXO

O TAMANHO DA TERRA

 510.000.000 k2         
51.000.000.000 hectares
Água: 361.000.000 k2
           36.100.000.000 ha 
No Hemisfério Norte: 18% - No H. Sul - 82 %
Emersa:  Continentes e ilhas -Terras
149.000.000 km2      
14.900.000.000 ha     Hemisfério Norte 60% - Sul 40%

RELAÇÃO ÁREA X POPULAÇÃO. EM
1800          1.0 bi         19.9 ha / hab
1959          3.0 bi           6,6 ha / hab
1974          4.0 bi           4,9 ha / hab     
2000          6.5 bi           3,0 ha / hab
2019          7.5 bi           2,7 ha / hab
2050        10,0 bi           1,9 ha / hab

Para propiciar bem-estar à população mundial, em 2050, medidas diferentes, modelos de produção de alimentos e de artefatos industriais terão que ser implantados nestes próximos 30 anos. A administração da casa comum deverá passar por mudanças radicais gradativas. Considere-se que, em alguns países do Hemisfério Norte, o intenso consumo de bens de um habitante requer a energia e o esforço produtivo de 9 hectares. No momento, o planeta só dispõe de 2,7 hectares per capita. A desigualdade aumentará ano a ano.


Mantendo-se a média estatística de 2,5 filhos por casal, a população será em
2100 – 15,1 bi – 1,3 ha per capita
2200 – 33,5 bi – 0,6 ha per capita
2300 – 71,0 bi – 0,28 ha  per capita

2.1.2019


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