ECONOMIA
ECOLÓGICA
ALTERNATIVAS
DE AÇÃO POLÍTICA
(TEXTO
PROVISÓRIO AMPLIADO EM 15.1.2019)
As decisões econômicas
do G-20, imitadas pelo G-150, baseadas nas expressões estimulantes de
crescimento econômico, aumento do PIB, geração de emprego e melhoria da renda,
bolsas de valores, valorização de moedas, podem levar ao impasse social e
ambiental em poucas décadas. As decisões em voga não extinguirão, nos próximos
vinte anos, a pobreza ou a desigualdade.
A mudança do
desenvolvimento quantitativo para o qualitativo é uma atitude racional
reclamada pelo ecossistema global que desafia os ímpetos da tecnocracia
econômica globalizada privada e pública.
O acordo de
entendimento entre a espécie humana e a natureza – conjunto de bens e riquezas
à disposição da biodiversidade – deve ser proposto e definido no menor prazo.
Todo o esforço precisa
se dirigir à preservação da biodiversidade. As decisões que comprometem e
dificultam a sobrevivência da biodiversidade devem ser evitadas em razão do
princípio da precaução.
Aos que sentem faltar o
chão na política, aos que sonharam com utopias de esquerda, aos que perderam
suas armas de participação no jogo social, ou se desencantaram com o
progressismo, lembro o conselho de Fidel Castro à esquerda latino-americana na
Conferência do Clima Eco/92:
“Estilos de vida e de
consumo que arruínam o meio ambiente não devem mais ser transplantados para o
Terceiro Mundo.”
Pode-se construir uma plataforma de lançamento de
ações revolucionárias sobre alguns pilares:
·
O planeta Terra é
pequeno e suas reservas para sustentar a biodiversidade (trilhões de vidas) são
limitadas. Consequentemente, o número de moradores desta casa também deverá ser
limitado em âmbito mundial. Em todos os países, muitos casais, mulheres e
homens, compreenderam que é necessário limitar o número de filhos. A grande
família deixa de ser idealizada e dá lugar ao filho único ou, no máximo, a dois.
É número suficiente para justificar a maternidade e a paternidade.
Os índices
de natalidade se reduzem lentamente. As previsões para 2040 são de 10 bilhões
de pessoas. Em consequência, a produção industrial e de alimentos terá um
impacto ainda mais pesado sobre as riquezas naturais limitadas. Florestas, água
e terra também serão afetadas pelas mudanças climáticas.
·
A espécie humana
é a única entre todas as formas de vida que pode explorar, de forma predatória,
as reservas no solo, no subsolo (extrativismo), no ar, nas águas doces e
salgadas. E é capaz de adaptar-se em qualquer região do planeta. A população
humana cresce em ritmo maior do que a capacidade humana de administrá-la eficaz
e equitativamente.
· É provado que o
aumento numérico da espécie humana contribui diretamente para a destruição de
vidas existentes no solo, no subsolo, no ar e nas águas doces e salgadas. Torna-se
mais e mais difícil manter o equilíbrio entre o uso de bens e a regeneração dos
biomas ocupados. No ano 1800, a população
mundial de um bilhão teria aritmeticamente uma área terrestre de 19,9 hectares
por pessoa. No ano de 2018, com 7,5 bilhões de pessoas, o tamanho da área diminuiu
para 2,7 hectares per capita.
· Igualmente, sua capacidade
de produzir alimentos implica na destruição de florestas e de habitantes
naturais de bosques, na reprodução de animais domésticos que também necessitam
espaços, abrigos, água e comida.
·
A destruição ou
extinção de espécies vegetais e animais de diferentes biomas do planeta, em
troca de outras espécies, em benefício quase exclusivo da espécie humana, modificam o ambiente, mudam o clima, rompem o
sistema predatório natural, poluem as águas, afetam a saúde de toda a
biodiversidade. Grandes investimentos alternativos são desviados para corrigir
os erros contra a natureza.
· O aumento do
consumo de bens naturais e de artefatos, necessários e supérfluos, está
diretamente relacionado ao crescimento da espécie humana, pelo estímulo econômico
ao consumo de bens em nome do conforto.
· O estímulo ao
crescimento econômico – produzir mais para consumir mais – é uma corrida
irracional a caminho do esgotamento das reservas do planeta, comprometendo
energias e forças necessárias para diferentes atividades na área do
conhecimento e da sabedoria das pessoas.
·
Observa-se que as
diferenças e as desigualdades são mais difíceis de serem administradas com
superpopulação mundial e superpovoamento regional. Os sistemas de acumulação,
distribuição e repartição das riquezas produzidas são complexos e sua
complexidade aumenta com a superpopulação. A competição para apossar-se das
riquezas tende a excluir os mais fracos e menos organizados.
· A urbanização
intensa, horizontal e vertical, em razão da superpopulação, é dominada por
máquinas de terra e ar, barulhentas e poluidoras. A remodelação das cidades é
medida de sabedoria humana. Todo o sistema de mobilidade deverá ser confinado
em corredores exclusivos, deixando a urbe para pedestres. Hoje, as pessoas são
vítimas de um ambiente propício ao ataque de nervos, de cansaço, de
agressividade, de limitação da liberdade, de doenças, de poluição do ar e das
águas. O conceito de convivência social se modificará com a separação dos
corredores de trânsito dos ambientes humanos.
· Os avanços da
sabedoria da espécie humana, baseada em seus conhecimentos, pode garantir a
harmonia entre preservação das reservas naturais e a sobrevivência de todos os
seres vivos que formam a biodiversidade, cuja função é preservar a continuidade
de todas as espécies.
É prudente e urgente promover ações que expressem o
moderado uso das riquezas naturais, a amplitude do desenvolvimento cultural, a
radicalização da democracia, o compromisso inarredável com os direitos humanos,
sem discriminação, e exploração de alternativas sociais econômicas e ambientais
de respeito às leis naturais.
AÇÕES
Ações de curto prazo – Organização de grupos, melhorar conhecimentos ecológicos e ambientais
em cada bioma, definição de áreas a liberar. Aderir a atividades de
reflorestamento, preservação de nascentes. Participar de reuniões para
avaliação das atividades praticadas e intensificação de medidas de expansão de
outras ações, tais como, redução do uso do carro particular, operação
lixo-zero.
Dar a
esta fase o caráter de movimento sem lideranças orgânicas. Participar por
convicção ambiental, ecológica, social. Ideias de frente serão veiculadas de
maneira clara que suscitem novos comportamentos sobre controle na reprodução humana.
O envolvimento de mulheres é essencial.
Ações de médio prazo – Atuação política junto a deputados, organismos públicos, seminários,
convenções, Em regiões onde os biomas e as características ambientais sejam
favoráveis à pequena produção autossuficiente, o Estado reservaria áreas contínuas
de assentamento de famílias, intercalando as áreas de plantio com as de preservação.
Formar-se-iam corredores de produção ecológica sustentada com um subsídio suplementar
para adquirir itens complementares. Um sistema de trocas poderá ser
estabelecido entre as áreas produtivas respeitando a vocação dos assentados.
Ações de longo prazo – Contaminação do poder democrático, legítimo, antes e depois do
processo eleitoral. (A propor)
ANEXO
O TAMANHO DA TERRA
51.000.000.000 hectares
Água: 361.000.000 k2
36.100.000.000 ha
No Hemisfério Norte: 18% - No H. Sul - 82 %
Emersa: Continentes e ilhas -Terras
149.000.000 km2
14.900.000.000 ha Hemisfério
Norte 60% - Sul 40%
RELAÇÃO ÁREA X POPULAÇÃO. EM
1800 1.0
bi 19.9 ha / hab
1959 3.0
bi 6,6 ha / hab
1974 4.0
bi 4,9 ha / hab
2000 6.5
bi 3,0 ha / hab
2019 7.5
bi 2,7 ha / hab
2050
10,0 bi 1,9 ha / hab
Para propiciar bem-estar à população mundial, em
2050, medidas diferentes, modelos de produção de alimentos e de artefatos
industriais terão que ser implantados nestes próximos 30 anos. A administração da
casa comum deverá passar por mudanças radicais gradativas. Considere-se que, em
alguns países do Hemisfério Norte, o intenso consumo de bens de um habitante
requer a energia e o esforço produtivo de 9 hectares. No momento, o planeta só dispõe de 2,7 hectares per capita. A desigualdade aumentará ano a ano.
Mantendo-se a média estatística de 2,5 filhos por
casal, a população será em
2100 – 15,1 bi – 1,3 ha per capita
2200 – 33,5 bi – 0,6 ha per capita
2300 – 71,0 bi – 0,28 ha per capita
2.1.2019
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