A
Secretaria de Agricultura-DF, com recursos da Fundação Banco do Brasil, aplicará
um milhão de reais na “revitalização” da Bacia
do Descoberto. A Bacia está morta. São 224 áreas de preservação e 222 nascentes
mortas. Quarenta anos depois de enterradas sob o pisoteio de 940.000
consumidores de água de quatro cidades, propõe-se a revitalização. A proposta
de revitalizar não é ruim. O dinheiro e o tempo propostos é que se revelam
inadequados. É impossível ecologicamente revitalizar 224 áreas (não se menciona
o tamanho) e 222 nascentes, no Cerrado, “até o fim do
próximo ano”, conforme anunciado. É inacreditável. Minha experiência na
recuperação de duas nascentes, na biocomunidade do Sítio das Neves - DF (70 ha),
indica que a consolidação de um manancial, em área degradada, leva de 10 a 15
anos. A Agência Nacional de Águas (ANA), a Adasa e o Ibram acompanharam a
realização dessa atividade, iniciada em 1974. A natureza tem suas leis, seu
ritmo, seu tempo e não se submete a decisões pessoais ou institucionais. A
escassez atual de água é uma resposta inequívoca da natureza a nossa imprevidência
e presunção. Teremos o que dizer ao Oitavo Fórum Mundial da Água, em 2018, aqui
em Brasília?
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