quinta-feira, 22 de setembro de 2011

NORTE - SUL

Nas aulas de geografia, no primeiro ano do grupo escolar, a professora nos ensinava que o Norte ficava na parte de cima do globo e o Sul, embaixo. Mostrava a linha que separava a Terra ao meio. Os Estados Unidos da America, a Europa, aqueles países desenvolvidos, acima do equador. O Brasil, a África e todos os subdesenvolvidos, abaixo. Chico Buarque diz na canção que “não existe pecado do lado de baixo do equador”. Ou seja, os pecados estão situados no lado de cima do planeta.

Os primeiros mapas, ainda incompletos, apresentados na Idade Média, pois pouco se sabia do que se havia no outro lado do equador, situavam o pedaço do mundo conhecido do lado de cima. Já os árabes tinham outra configuração. O globo de cabeça para baixo. Por que o Norte não está embaixo e o Sul, em cima? Seria uma nova visão do mundo.

Abra um Atlas que apresenta o mapa linear da Terra. Da esquerda para a direita, vê-se a sequência dos continentes precedidos por uma parte do Oceano Pacífico. Na extrema direita, a Oceania (Austrália, Nova Zelândia). Geralmente os mapas cortam esse oceano em duas partes, ressaltando a presença das áreas continentais onde vive a maior parte da população mundial. O Atlas mostra outro mapa que coloca a Oceania no centro rodeada de água. Ali se constata o Oceano Pacífico inteiro que representa um terço da superfície da Terra. Vire o mapa de cabeça para baixo. Inverteram-se os polos. Norte e Sul não têm mais o mesmo significado. A Europa não passa de um minúsculo pedaço de terra onde se concentrou a genialidade humana.

O mapa visto dessa perspectiva permite perceber a possível trajetória e os movimentos das populações ao redor do globo. A Oceania, portanto, é o umbigo da Terra.

Essas especulações estão num novíssimo mapa – Atlas de l’Océanie, de Luc Vacher, Fabrice Argounés e Sarah Mohamed-Gaillard.

O universo pode sempre ser visto de outra forma e com outros olhos.

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