quinta-feira, 20 de maio de 2010

BOMBAS NUCLEARES

Infelizmente, nosso país está atrasado em aspectos importantes da vida cultural, política e econômica. Mas, felizmente, o Brasil chegou atrasado na fabricação de sua bomba nuclear. Motivo de orgulho patriótico e militar para alguns países, há 60 anos, hoje, envergonhadas, as grandes potências pousam de monges budistas em busca de um mundo zen.
Quando li, casualmente, pois a bomba atômica não é meu brinquedo preferido, que existem, nos armazéns secretos de meia dúzia de países, 23 mil bombas nucleares ativas, me solidarizei com o presidente Lula da Silva. Explico as razões de minha solidariedade.
Existe um Tratado de Não Proliferação de armas nucleares. Sabe-se que foram desativadas, até agora, mais de cinco mil, mas restam mais de vinte mil ativas. A tecnologia para produzir uma bomba atômica além de sofisticadíssima e caríssima é também crudelíssima e estupidíssima. Com o uso alternativo desse dinheiro daria para tirar milhões de pessoas da miséria absolutíssima.
O emprego desses superlativos decorre da informação de engenheiros que se especializaram em produzir artefatos para brincar de terra arrasada. São brinquedos superperigosos. É um esporte radical.
Eles afirmam que o estoque existente de bombas nucleares ativas tem capacidade de destruir mais de dez vezes a vida na Terra. Creio que o leitor tenha compreendido o significado dessa afirmação. É não só estupidez ter bombas para destruir dez vezes a vida no planeta, como é missão impossível. É suficiente destruir a vida na Terra uma única vez. As outras bombas sobram nos armazéns e não haverá quem as use. Construí-las é um investimento antieconômico. É meu conselho aos investidores.
Eis porque estou de acordo com os que pretendem convencer o companheiro Ahmadinejad a não gastar dinheiro na fabricação de um brinquedo tão perigoso quanto inútil. Ele não terá a gloria de lançá-lo sobre os destroços do planeta.
E o que é mais frustrante para os detonadores da implosão da Terra é que não haverá aqui ninguém, mas ninguém mesmo, para aplaudir a hecatombe universal.
Os oráculos romanos alertavam os políticos afoitos da Roma imperial: Quem Zeus quer humilhar, primeiro lhe tira o juízo.

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