terça-feira, 16 de julho de 2024

O CERRADO DO DISTRITO FEDERAL JÁ ERA!

 

O CERRADO DO DISTRITO FEDERAL JÁ ERA!

Na determinação da área geográfica, onde se construiria a capital do país, coube ao Território do Distrito Federal um espaço de 5.822 km2, (582.200 hectares = 5.822.000.000 m2). Nesta área, no começo da década de 1960, se registraram ao redor de 4 mil nascentes, hoje reduzidas a menos de mil. A caixa d’água do Brasil está secando. Mais de 4 mil km2 do DF foram ocupados pela desordenada urbanização intensa, com represamento de águas, rodovias, produção extensiva de alimentos, destruição da vegetação nativa, aterramento de nascentes e pequenos córregos, queimadas anuais. Mais de 40 mil poços artesianos, autorizados ou clandestinos, alteram a vazão de nascentes, diminuem e rebaixam o volume dos aquíferos.

Os ecossistemas do bioma Cerrado se formaram durante milênios e sua regeneração, além de muito difícil, requer dezenas de anos. As duas nascentes da Biocomunidade do Sítio das Neves (DF), graças à estratégia de retenção das águas da chuva, desde 1974, se tornaram perenes ao longo de 15 anos. Em 50 anos, o ecossistema se regenerou. A área do Sítio das Neves, 70 ha, foi agregada oficialmente, em 2023, como reserva do Patrimônio Nacional. Sou, com meus familiares, um dos hóspedes do Cerrado, em companhia de 7 milhões de representantes da vegetação nativa e centenas de não humanos refugiados da devastação humana.

 

A imagem, km 23 da BR 060, DF, mostra claramente a ocupação irresponsável do solo e do frágil ecossistema do Cerrado (Foto Eugênio Giovenardi, 2024).




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