quarta-feira, 9 de novembro de 2022

BRAS'ILIA, UM DESERTO EM DUAS DÉCADAS

 

BRAS'ILIA, UM DESERTO EM DUAS DÉCADAS

 

Há 60 anos as nascentes do Distrito Federal eram suficientes para abastecer a população, então existente, de 12.000 pessoas. Nestas últimas seis décadas se ampliaram reservatórios, buscaram-se águas a mais de 100 km e não são suficientes para manter um clima saudável para os 4 milhões de pessoas que ocupam, hoje, o degradado ecossistema.

Há pelo menos dez anos, Brasília depende das águas da chuva para irrigar o cerrado desertificado. Brasília não será inundada como as ilhas Tuvalu do Pacífico. Mas terá as características de um deserto em 30 anos. Estudos atuais, com o fracasso da COP26, estimam que o planeta está caminhando célere para um aquecimento catastrófico que intensificará o número de refugiados do clima.

Minha neta, daqui a três décadas, terá apenas 53 anos e testemunhará o fato de estarem semivazios nossos reservatórios.  Verá a triste fuga de milhares de brasilienses do deserto que se tornará a cidade-parque, Patrimônio Cultural da Humanidade.  

A tradicional política administrativa do DF se concentra na urbanização física da cidade e descura da interação e interdependência dos seres humanos e não humanos deste ecossistema sensitivo que abriga a mais rica biodiversidade do planeta.

 

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