quarta-feira, 16 de março de 2022

O NOVO NORMAL NO PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE

 

O NOVO NORMAL

NO PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE

 

Na porta do supermercado, 406 Sul, se aproxima um jovem cuidador de carro, “ôi, senhor, pode me oferecer um pacote de linguiça para o arroz das crianças?” Um cidadão, encostado na grade de proteção, acima do peso: “doutor, pode me dar alguma coisa, tenho 3 filhos, estou desempregado, não tenho comida em casa, pode ser uma bandeja de ovos?”  Joana, a senhora das 5 sacolas, única legítima pedestre de Brasília, me chama pelo nome: “Giovenardi, tem uma moeda? 50 centavos.” Respondo que há muito tempo não vejo moedas. “entao, me traz uma lata de cerveja bohemia”. No interfone do apto.: “Me perdoe a moléstia, senhor, o que que acontece, estou desempregado, por favor, me dê alguma coisa para comer, uma roupa, estou um mês com a mesma roupa, sem um banho, estou ‘em situação de rua’!”  Os pobres, os sem-casa, os desempregados (290 mil em Brasília, mais do que a população de Taguatinga) não são mais cidadãos brasileiros, nem contribuintes. Nova nomenclatura: BRASILEIROS EM SITUAÇÃO DE RUA. E eu, classificado pela Pandemia, um mero assintomático.

São as cenas do NOVO NORMAL de um país que produz comida para um bilhão de asiáticos, segundo a alegre ministra da agricultura e o enigmático ministro da economia.

 

À PROCURA DA BRASÍLIA PERDIDA, um grito de alerta, está na BANCA DE SERVIÇOS CULTURAIS 408 SUL, com Ubirajara Leandro. Das 10h às 18h.

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