O NOVO NORMAL
NO
PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE
Na porta do supermercado, 406 Sul, se aproxima um
jovem cuidador de carro, “ôi, senhor, pode me oferecer um pacote de linguiça
para o arroz das crianças?” Um cidadão, encostado na grade de proteção, acima
do peso: “doutor, pode me dar alguma coisa, tenho 3 filhos, estou desempregado,
não tenho comida em casa, pode ser uma bandeja de ovos?” Joana, a senhora das 5 sacolas, única
legítima pedestre de Brasília, me chama pelo nome: “Giovenardi, tem uma moeda?
50 centavos.” Respondo que há muito tempo não vejo moedas. “entao, me traz uma
lata de cerveja bohemia”. No interfone do apto.: “Me perdoe a moléstia, senhor,
o que que acontece, estou desempregado, por favor, me dê alguma coisa para
comer, uma roupa, estou um mês com a mesma roupa, sem um banho, estou ‘em
situação de rua’!” Os pobres, os
sem-casa, os desempregados (290 mil em Brasília, mais do que a população de
Taguatinga) não são mais cidadãos brasileiros, nem contribuintes. Nova
nomenclatura: BRASILEIROS EM SITUAÇÃO DE RUA. E eu, classificado pela Pandemia,
um mero assintomático.
São as cenas do NOVO NORMAL de um país que produz
comida para um bilhão de asiáticos, segundo a alegre ministra da agricultura e o
enigmático ministro da economia.
À PROCURA DA BRASÍLIA PERDIDA, um grito de alerta,
está na BANCA DE SERVIÇOS CULTURAIS 408 SUL, com Ubirajara Leandro. Das 10h às
18h.
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