FÓSFORO E CEB
O
mito do fogo espontâneo foi desmentido pela quinta vez, no Sítio das Neves (DF),
em regeneração ecossistêmica desde 1974.
O
planeta, em milhões de anos de formação e esfriamento, com erupções
superficiais e profundas, ardia de noite e de dia. Quando aparecemos no planeta
congelado, tivemos que reinventar o fogo. No Brasil, incêndios espontâneos, se
ainda possam acontecer, serão raríssimos e devem ser comprovados. Mas a informação
falsa corre de boca em boca, entre sábios e ignorantes, e até ministros de
estado.
No
incêndio que ocorreu no dia 10.10.2020, e destruiu 13 hectares (dos 70 ha)
durante oito horas, em área de nascentes do Sítio das Neves, teve uma causa
comprovada: a mão do homo sapiens, que
ainda não domina a tecnologia para enfrentar as leis físicas. Não dispõe de
material adequado para conviver com outras energias, como o poder e a resistência
do raio. Nas redes da CEB, os fios de alta tensão são presos no alto do poste
por um isolador de louça e amarrados com fio de alumínio. A energia do raio,
correndo pela rede em direção ao para-raios, encontrou um ponto fraco e detonou
o arame de alumínio (foto). O arame encandecido caiu no pé do poste sobre capim
seco e incendiou a área no meio do cerrado.
Desde
1976, quando foi estendida a rede na área, a Companhia Energética de Brasília (CEB)
não faz revisão da rede que alimenta a região.
As
cinco queimadas que atrasaram a regeneração deste protegido pedaço de Cerrado
tiveram duas causas: fósforos de incendiários ignorantes e desatenção técnica dos
administradores da CEB.
Leio,
hoje (13.10.2020) nos jornais, a decisão
dos atuais administradores de vender a Companhia, construída com dinheiro público
e sustentada por milhões de usuários e funcionários dedicados. Em vez de
privatizar um bem público essencial, por que os atuais ocupantes da direção da CEB
não pedem, corajosamente, demissão de seus cargos?
13.10.2020
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