PUDIM
Amigos,
Chateado de
andar com mascara até para levar o lixo no contêiner, tive um desejo infantil:
comer pudim Lembrei-me do pudim de dona
Inez, minha mãe. De avental branco, cestinho na mão, ia ao galinheiro buscar
ovos frescos. Abria o armário para pegar o leite condensado. O leite fervido da
Estrela estava na leiteira. Batia tudo numa tigelona de vidro. Fechava a porta do
forno do fogão a lenha e dizia: “pronto! Agora, é só esperar!” O pudim de dona
Inez era famoso em toda a redondeza.
Nossa diarista
Val, depois de meses, retornou ao trabalho semanal em nosso apartamento.
Dei-lhe bom-dia, ao abrir a porta, e lhe disse: antes de ligar o aspirador, vou
querer que a senhora faça um pudim. Nem terminei o pedido e Val, com tremenda
autoestima, fez sua autopromoção. “Também na casa de Ligia Moreno (famosa
pianista brasiliense, nascida na Ceilândia),
só comem do meu pudim”. A cozinha, em poucos minutos, cheirava a pudim,
com aroma de baunilha. O pudim da Val é muito bom! Por que não pedi dois?
O terceiro
pudimeiro de minhas lembranças, quem diria, é um arquiteto cearense, Fred
Holanda, com receita não revelada. Segundo me informei com o sempre presente
Coutinho, também arquiteto, o período de gestação desse incomparável pudim é de
oito dias. Durante a maturação do excepcional pudim, o pudimeiro cearense
executa ao piano peças de Villa-Lobos. É um pudim de alta musicalidade e,
principalmente, super-super suculento.
Pudim, um
presente da pandemia!
27.9.2020
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