quarta-feira, 3 de julho de 2019

CRESCER PARA ONDE?


CRESCER PARA ONDE?

Crescer e crescimento, verbo e substantivo que atordoam economistas, deputados, ministros e leigos forçados a repeti-los.
As árvores crescem para cima, garantidas pelas raízes que se ocultam no subsolo.
Só a espécie sapiens se aventura a crescer insensatamente para cima (produzir/consumir) sem dispor de raízes sólidas que sustentem suas ambições. Os adoradores do PIB sonham com o céu da produção de qualquer coisa para que se consuma qualquer coisa. Segundo eles, a sustentabilidade das árvores está em cortar seus galhos para forçar as raízes a resolverem o rebroto. Assim se desfigura a árvore até matá-la.
Crescer para onde? Para baixo! Para as raízes, onde se encontra a origem da semente da felicidade! Para a educação que leva ao saber, ao conhecimento, à virtude sábia da convivência universal, para a contemplação do universo representado por nosso planeta.
Crescer para a saúde mental e física, integrando-se à natureza das coisas e às coisas da natureza.
Crescer na direção das ações criativas e dignificantes, culturais e artísticas, e não apenas na promoção do trabalho repetitivo, abrutalhado, escravizador, com o fim de satisfazer à circulação do dinheiro e cortar os galhos da árvore da vida em nome do poder enlouquecido.
É  necessário, para sustentar a regeneração da vida e da felicidade da existência, um novo olhar sobre a natureza e sobre a sofrida espécie humana sapiens no longo caminho cujo fim ninguém sabe.

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