CRESCER PARA ONDE?
Crescer e crescimento, verbo e substantivo que atordoam
economistas, deputados, ministros e leigos forçados a repeti-los.
As árvores crescem para cima, garantidas pelas raízes que se
ocultam no subsolo.
Só a espécie sapiens se
aventura a crescer insensatamente para cima (produzir/consumir) sem dispor de
raízes sólidas que sustentem suas ambições. Os adoradores do PIB sonham com o
céu da produção de qualquer coisa para que se consuma qualquer coisa. Segundo
eles, a sustentabilidade das árvores está em cortar seus galhos para forçar as
raízes a resolverem o rebroto. Assim se desfigura a árvore até matá-la.
Crescer para onde? Para baixo! Para as raízes, onde se encontra a
origem da semente da felicidade! Para a educação que leva ao saber, ao
conhecimento, à virtude sábia da convivência universal, para a contemplação do
universo representado por nosso planeta.
Crescer para a saúde mental e física, integrando-se à natureza das
coisas e às coisas da natureza.
Crescer na direção das ações criativas e dignificantes, culturais
e artísticas, e não apenas na promoção do trabalho repetitivo, abrutalhado,
escravizador, com o fim de satisfazer à circulação do dinheiro e cortar os
galhos da árvore da vida em nome do poder enlouquecido.
É necessário, para
sustentar a regeneração da vida e da felicidade da existência, um novo olhar
sobre a natureza e sobre a sofrida espécie humana sapiens no longo caminho cujo fim ninguém sabe.
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