terça-feira, 18 de setembro de 2018

107. Loucura


107. Loucura


Perguntas-me, Aldebarã, por que um cidadão quer tornar-se presidente de um país. Também achas que a loucura invadiu as fiações do cérebro de quem pretende impor as próprias ideias, a pretensa liderança, seu complexo de inferioridade travestido de autoridade?
Ouve-se o ministro dizer, diante de contestações ou críticas à deterioração da natureza, que é ordem do presidente. Mais insólito é dar poder ao continente da autoridade inquestionável dando personalidade ao palácio do governo de turno. A determinação de se fazer ou desfazer isto ou aquilo, Aldebarã, é do Palácio da Alvorada, do Supremo Tribunal Federal ou da Suprema Corte. Quem pode contra esses monstros de concreto armado?
 Quem pretende ser a máxima autoridade de um país, Aldebarã, perde sua liberdade e ameaça a de milhões de subordinados. Ao aceitarem o insólito poder do príncipe, os súditos abdicam de ser livres.
Quem precisa de um presidente para ser feliz, abraçar uma árvore, admirar-se do voo das andorinhas ou ouvir o canto dos pássaros de nossas florestas?

"Para se ter alguma autoridade sobre os homens, é preciso distinguir-se deles. É por isso que os magistrados e os padres têm gorros quadrados."
( Voltaire






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