quarta-feira, 25 de abril de 2018

REALIDADE




Ela está sempre ali. Perturbável ou imperturbável.
É um conjunto de fatos interligados produzido por fenômenos físicos ou construído por grupos de pessoas.
A força e a autoridade – poder – desses construtores impõem a realidade.
Podemos aceitar ou não uma realidade natural, física, politica, social, econômica. Há duas formas de mudar a realidade incômoda. Substituir as forças construtoras dessa realidade, ou dar a essas forças novos elementos que possam criar outra realidade. Segundo as normas da República de Platão, “Para que nenhum magistrado se acostumasse ao poder e nele quisesse se perpetuar, as funções públicas dos ocupantes duravam apenas um ano”.
Nossa atual realidade está sendo construída por políticos, ministros da Suprema Corte, juízes, desembargadores, delegados, empresários, falsários, criminosos, ladrões da natureza, cidadãos impotentes, pregadores de mitos que se substabelecem, se substituem indefinidamente nos cargos e funções.
A contestação à realidade atual não reuniu ainda forças contrárias para substituir os construtores nem lhes mudar as ideias, o caráter e o desapego ao poder.
Afrontamos tecnicamente a lei da gravidade e achamos o ponto de equilíbrio para não despencar, mas não eliminamos os riscos diante de possíveis falhas.
A lei da gravidade da realidade política funciona aleatoriamente. É imprevisível. Afrontá-la é um permanente risco e o ponto de equilíbrio para mudar a realidade não está só no indivíduo isoladamente que pretenda mudá-la ou construí-la.
Além de conhecer a realidade é preciso sabedoria para compreender a “coisa pública”. É necessário um esforço de comunicação de consciências para reconhecer que todos têm a capacidade cerebral de perceber a realidade. A realidade é endêmica. Contamina o todo. É a comunhão dos que a percebem.
A natureza das coisas, isto é, das realidades existentes, foi intuída por Lucrécio há quase três mil anos, ao declarar sua paixão por Vênus (De rerum natura).
Que fazer com a realidade? Aceitá-la? Interpretá-la? Justificá-la? Uma pergunta com mil respostas ou sem resposta!
12.4.2018

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