Ela está sempre ali. Perturbável ou
imperturbável.
É um conjunto de fatos interligados
produzido por fenômenos físicos ou construído por grupos de pessoas.
A força e a autoridade – poder – desses
construtores impõem a realidade.
Podemos aceitar ou não uma realidade
natural, física, politica, social, econômica. Há duas formas de mudar a
realidade incômoda. Substituir as forças construtoras dessa realidade, ou dar a
essas forças novos elementos que possam criar outra realidade. Segundo as
normas da República de Platão, “Para que nenhum magistrado se acostumasse ao
poder e nele quisesse se perpetuar, as funções públicas dos ocupantes duravam
apenas um ano”.
Nossa atual realidade está sendo
construída por políticos, ministros da Suprema Corte, juízes, desembargadores,
delegados, empresários, falsários, criminosos, ladrões da natureza, cidadãos
impotentes, pregadores de mitos que se substabelecem, se substituem indefinidamente
nos cargos e funções.
A contestação à realidade atual não
reuniu ainda forças contrárias para substituir os construtores nem lhes mudar
as ideias, o caráter e o desapego ao poder.
Afrontamos tecnicamente a lei da
gravidade e achamos o ponto de equilíbrio para não despencar, mas não
eliminamos os riscos diante de possíveis falhas.
A lei da gravidade da realidade política
funciona aleatoriamente. É imprevisível. Afrontá-la é um permanente risco e o
ponto de equilíbrio para mudar a realidade não está só no indivíduo
isoladamente que pretenda mudá-la ou construí-la.
Além de conhecer a realidade é preciso
sabedoria para compreender a “coisa pública”. É necessário um esforço de
comunicação de consciências para reconhecer que todos têm a capacidade cerebral
de perceber a realidade. A realidade é endêmica. Contamina o todo. É a comunhão
dos que a percebem.
A natureza das coisas, isto é, das
realidades existentes, foi intuída por Lucrécio há quase três mil anos, ao
declarar sua paixão por Vênus (De rerum natura).
Que fazer com a realidade? Aceitá-la?
Interpretá-la? Justificá-la? Uma pergunta com mil respostas ou sem resposta!
12.4.2018
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