quinta-feira, 14 de agosto de 2025

EXPORTANDO O BRASIL

 EXPORTANDO O BRASIL

(Publicado no Facebook)
Em 500 anos, com eficiência, empurramos os habitantes autóctones das praias do Atlântico aos confins da Amazônia. Assim fizeram, há 100 mil anos, os emigrantes da África, ao deslocar os habitantes da Eurásia para o Vale do Neander, Alemanha, (os Neandertais, de Atapuerca, Ibéria e de Lascaux, França) até as cavernas de Harbin, ao norte da China e desapareceram.
Valentes barcaças levaram pau-brasil, mogno, ipê, jacarandá para mobilhar palácios de reis e papas. Das ¨veias abertas da América¨ jorraram prata e ouro. Couros vacunos, de onças e jacarés esfolados abasteceram ateliês. Milhões de toneladas de soja, milho, café, algodão, açúcar, carnes bovinas, suínas e avícolas enriquecem cardápios orientais. A devastação florestal abriu caminho para nossos caudalosos rios levarem ao mar, pelas portas do Norte, do Leste e do Sul, milhões de toneladas de terra fértil que voltou a nossas praias em forma de areia estéril. Agora, em nome da nova economia do Brasil, vamos exportar pedras, denominadas Terras Raras. Seus elementos químicos duplicarão a eficiência tecnológica de celulares, veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares, equipamentos médicos, superarmas letais e bombas nucleares de potências bélicas, para tornar inabitável o planeta Terra.
Os minerais salvadores do século 21 estão debaixo de nossos pés. Produzir terras raras, dizem pesquisadores, é a janela de oportunidade para o milagroso crescimento econômico do Brasil e do mundo, decretando o fim da fome e da desigualdade dos desafortunados, em pleno colapso socioambiental.
Risum teneatis, amici? Perguntou o poeta Horácio aos atônitos romanos, há mais de 2.090 anos. Contereis a gargalhada, amigos brasileiros?

Imagem: Buda, há mais de 5.000 anos, suplicava pelas árvores do planeta. Hoje, à sombra da mnagueira, protege o Cerrado do Sítio Neves, nas bordas de Brasilia.

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