quarta-feira, 14 de agosto de 2024

PROTEÇÃO AMBIENTAL?

 

PROTEÇÃO AMBIENTAL?

O governo do Distrito Federal, depois de 64 anos de ocupação desordenada de 5.822 km2 (582.200 hectares) de Cerrado, onde está a capital da República, define regras para a proteção ambiental da área restante, ao redor de 2.000 km2. Com as novas regras do Licenciamento Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), “o empresário que quer a licença ambiental, vai ao Ibram, assina um termo de compromisso......e vamos acompanhar passo a passo a instalação (do projeto)”.

Um dos aspectos mais importantes, se não essencial, ressaltado por pesquisadores das mudanças climáticas, é a alteração da superfície de ecossistemas ─ água, solo, ar, luz/calor ─ para produção de alimentos, projetos industriais e urbanização. Ao longo de milênios a superfície do planeta sofre o impacto da alteração provocada pela ação humana (antropoceno, também dito capitaloceno), em razão do crescimento econômico a comprometer incalculável inversão de capital de risco em busca incessante do lucro.

Além de ser tardia, mas justificável, a aplicação dessas regras, dificilmente atingirá os efeitos da alteração de quase três quartos da superfície ecossistêmica do DF. Desprezou-se soberanamente a lógica do Zoneamento Ecológico Econômico no DF. Estamos sentindo nos pulmões, na pele, no sangue, a poluição do ar, a contaminação e o recuo das águas. O corte da vegetação nativa, os incêndios anuais, a impermeabilização da cidade, a queima de combustível diário por quase 2 milhões de máquinas, a ampliação urbana anual em mais de 30 mil habitantes (um Núcleo Bandeirantes por ano), são circunstâncias ecológicas fora de controle e tornam politicamente inestancável a sangria ambiental no Distrito Federal.

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