PROTEÇÃO AMBIENTAL?
O governo do Distrito Federal, depois de 64 anos de
ocupação desordenada de 5.822 km2 (582.200 hectares) de Cerrado, onde está a
capital da República, define regras para a proteção ambiental da área restante,
ao redor de 2.000 km2. Com as novas regras do Licenciamento Ambiental por Adesão
e Compromisso (LAC), “o empresário que quer a licença ambiental, vai ao Ibram,
assina um termo de compromisso......e vamos acompanhar passo a passo a instalação
(do projeto)”.
Um dos aspectos mais importantes, se não essencial,
ressaltado por pesquisadores das mudanças climáticas, é a alteração da superfície
de ecossistemas ─ água, solo, ar, luz/calor ─ para produção de alimentos,
projetos industriais e urbanização. Ao longo de milênios a superfície do planeta
sofre o impacto da alteração provocada pela ação humana (antropoceno, também dito
capitaloceno), em razão do crescimento econômico a comprometer incalculável
inversão de capital de risco em busca incessante do lucro.
Além de ser tardia, mas justificável, a aplicação
dessas regras, dificilmente atingirá os efeitos da alteração de quase três
quartos da superfície ecossistêmica do DF. Desprezou-se soberanamente a lógica
do Zoneamento Ecológico Econômico no DF. Estamos sentindo nos pulmões, na pele,
no sangue, a poluição do ar, a contaminação e o recuo das águas. O corte da
vegetação nativa, os incêndios anuais, a impermeabilização da cidade, a queima
de combustível diário por quase 2 milhões de máquinas, a ampliação urbana anual
em mais de 30 mil habitantes (um Núcleo Bandeirantes por ano), são circunstâncias
ecológicas fora de controle e tornam politicamente inestancável a sangria
ambiental no Distrito Federal.
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