21 de abril de 2022
QUE SERÁ DE BRASÍLIA EM 2050?
A Esplanada dos Ministérios,
O eixo Monumental,
O Itamaraty, no espelho de água,
O Museu da Nova República
A Biblioteca Nacional sem leitores
O Teatro Nacional silenciado
A Praça dos Três Poderes,
A incompleta Praça da Rodoviária,
A W-3 ou 33 ou 333,
As tesourinhas inundadas,
O Lago Paranoá de águas turvas,
Ponte das Garças,
Ponte do Bragueto,
Ponte Costa e Silva
Que foi Ernestino Guimarães,
Entre a esquerda e a direita,
E voltou a ser Costa e Silva
Sem consultar o Lago Paranoá.
Os arcos da Ponte JK,
Burle Marx entre árvores,
Os azulejos de Athos Bulcão.
Lúcio Costa, o inefável,
Oscar Niemayer monumental.
Estrutural, Pôr do Sol, Sol Nascente,
Espelhos cristalinos da desigualdade.
Parque da Cidade tomado de carros,
Cidades satélites nascituras,
Cidade-Parque e cidade do automóvel.
Escala gregária, bucólica, monumental,
Concisa, lírica, residencial.
Darcy Ribeiro, quem é o brasileiro?
Quem será o pioneiro
No ano 2100?
E quem lembrará das cinzas
Do pioneiro do antes,
Pediatra Ernesto Silva
Da infanta Brasília?
Hoje é dia de procurar Brasília perdida nos viadutos, pontes, carros, palácios, monumentos, na beleza artificial da arquitetura, no silêncio provocador do Cerrado decepado, nas águas cristalinas que fascinaram Glaziou.
Meu octogenário abraço, gentil sexagenária!
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