MINISTÉRIO DA NATUREZA
Por que não
reunir, num só ministério, Agricultura, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente?
Denominar-se-ia Ministério da Natureza e População.
Nenhum desses três ministérios existentes (2015) se
preocupa com a expansão da população e sua localização nos espaços possíveis de
serem ocupados. População, em geral, se confunde com consumidores,
contribuintes e usuários de serviços essenciais à sobrevivência.
Para esses ministérios e institutos de pesquisa e
estatística, o crescimento da população é uma fatalidade regida pela evolução,
urbanização, educação e apropriação da riqueza produzida.
Aceita-se, com alívio, a informação de que a taxa
média de fertilidade tenha passado de 4 a 1,9%. Reduziu-se a média nacional de filhos
por família. Hoje, e por muitos anos, o crescimento da população pobre é e será
maior do que a população rica pelo simples fato de que há maior número de
pobres do que de ricos no Brasil.
O Ministério da Agricultura e o de Desenvolvimento
Rural não dão atenção devida à água e ao meio ambiente. O desperdício de água
com irrigação nas grandes culturas é fantástico. A escassez de água nas pequenas
propriedades e assentamentos rurais é desanimadora.
Os pedagogos e técnicos de programação escolar
inventaram uma palavra que é usada entre os distintos ministérios: a
transversalidade. Água, desmatamento, queimadas, agrotóxicos são elementos
integrantes do processo produtivo, da ocupação do espaço rural e urbano e da
regeneração da riqueza natural para uso comum da população. A água não é
transversal à produção agrícola. Faz parte dela.
A transversalidade se torna inócua na tarefa do
técnico agrícola que tem metas a cumprir e que são determinadas pela empresa
onde trabalha. O respeito à natureza, a contenção das águas da chuva não
figuram nas prioridades de quem recebeu incumbência de aumentar a produção e a
produtividade ou distribuir sementes transgênicas e adubos químicos.
Esses ministérios são três rodas soltas. É preciso
juntá-las ao mesmo eixo e fazê-las rodar juntas. Um só ministério: Natureza e População é salto
qualitativo para um choque de gestão. É pensar para daqui a 50 anos.
Só a população que habita a bacia do Paranaíba, na
qual se inclui o Distrito Federal, é, hoje, de oito milhões de habitantes.
Será, no ano 2020, segundo estimativas, de 18 milhões. Se as dificuldades de
acesso à água são difíceis na hora atual, como serão no ano 2020?
Os processos de educação ambiental são lentos e
refreados pela obsessão do crescimento acelerado a qualquer custo.
Continuaremos a produzir lixo em grande quantidade e jogá-lo no mato; a
intensificar a poluição ambiental e a destruição da natureza com milhares de
carros rodando pelas estradas.
Precisamos produzir alimentos, respeitando os limites
da natureza, na medida das necessidades da população. É o homem que deve se
adequar à natureza, não o contrário. A natureza não precisa da gente. Nós é que
precisamos dela.
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