terça-feira, 30 de outubro de 2018

CALEIDOSCÓPIO DA VERDADE

Brevemente será lançado. 



O paradigma tradicional do discurso de vitória de um candidato a Presidente da república, no Brasil, mudou com a chegada do Cap. Jair Bolsonaro. A pátria se transformou, por instantes, em templo de oração. Deus, empurrado para a refrega política, tomará as rédeas do poder. Inspirará o governante para tomar as decisões baseadas na verdade?
A verdade é única, tranquilizante e libertadora. Tem luz própria. Quem pode revelá-la senão ela mesma? A verdade não tem dono. Não existe a grande verdade. As pessoas percebem de forma diferente os fatos e as realidades. A pergunta de Pôncio Pilatos ao condenado – O que é a verdade? – está ainda parada no ar e o deixou sem reposta:
A verdade navega no oceano do essencial. Uma rosa é uma rosa. Pela cor, pelo perfume, tamanho, composição orgânica a rosa distingue-se do cravo, embora ambos sejam compostos de elementos comuns: hidrogênio e carbono.
Pela capacidade de associar informações captadas pelos sentidos, transformá-las em pensamentos e sentimentos, expressá-las pela palavra, o ser humano navega conscientemente no oceano profundo da verdade que o leva, supostamente, para algum lugar.
É diversa e plural nos seres humanos a forma existencial de navegar para chegar a algum destino nem sempre claro. O homo sapiens difere da girafa, embora a composição orgânica de hidrogênio e carbono seja a mesma nesses seres. A verdade da girafa está na percepção da sobrevivência física. A da espécie humana, na sobrevivência cultural.
O caleidoscópio cerebral humano oferece uma pluralidade de imagens simultâneas que podem confundir as pessoas na hora de afirmar qual é a verdade refletida na mente em formas diversas e impressionantes.
Qual será a verdade econômica para cada um dos 210 milhões de brasileiros?
Se puserem a verdade religiosa no caleidoscópio cerebral, aparecerão figuras como o Cristo no Juízo Final de Michelangelo ou o Inferno dos pecadores de Bosch.
Na área da verdade ecológica, as dissenções se originam do desconhecimento generalizado dos efeitos da ação humana em desacordo com as leis da natureza. As leis físicas funcionam dia e noite e não dependem da burocracia humana.
Bilhões de anos deram ao universo seu modus circulandi. Estamos rodando no espaço indefinidamente, sem hora para chegar ao destino final que ainda não foi anunciado. Navegar é preciso!
Na verdade não há nós ou eles. Há ela!

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