CONTAR
PARA VIVER
50% OU MAIS OU MENOS
A cultura social, política, econômica e
administrativa do Brasil é dominada pela síndrome do 50% ou do mais ou menos.
- Como vai a vida?
- Bem, bem, não! Mais ou menos!
Contentamo-nos com o mais e com o menos. A
sinceridade impede exaltar o mais. O medo da inveja ressalta o menos. Por isso,
toleramos a desigualdade, a discriminação, a incompetência administrativa, o
lixo esparramado pela cidade, os engarrafamentos diários. Defendemos com o
mesmo entusiasmo o FHC, o Temer, o Lula, o Bolsonaro, os ministros do STF.
Projetamos o reservatório do Rio Descoberto, em
1974, para um volume te 103 km cúbicos e nos alegramos que a chuva de 2018 o
encha a menos da metade (46%). Não procuramos saber por quê, nem se esse valor é
verdadeiro. A verdade também é mais ou menos.
O 50% é uma espécie de religião de estado a ser respeitada.
Os sacerdotes públicos nos ensinam que o mais ou menos é uma panaceia para
todas as decisões conformistas. Assim, temos políticos que vivem a política do
mais ou menos. Temos uma administração pública + ou -. Uma economia + ou -. Uma
ecologia + ou -. Reservatórios de água mais ou menos cheios, sem provocar mudanças
no uso da água.
Graças a Deus, que também é mais ou menos, estamos mais
ou menos bem!
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