terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

50% OU MAIS OU MENOS

CONTAR PARA VIVER

50% OU MAIS OU MENOS


A cultura social, política, econômica e administrativa do Brasil é dominada pela síndrome do 50% ou do mais ou menos.
- Como vai a vida?
- Bem, bem, não! Mais ou menos!
Contentamo-nos com o mais e com o menos. A sinceridade impede exaltar o mais. O medo da inveja ressalta o menos. Por isso, toleramos a desigualdade, a discriminação, a incompetência administrativa, o lixo esparramado pela cidade, os engarrafamentos diários. Defendemos com o mesmo entusiasmo o FHC, o Temer, o Lula, o Bolsonaro, os ministros do STF.
Projetamos o reservatório do Rio Descoberto, em 1974, para um volume te 103 km cúbicos e nos alegramos que a chuva de 2018 o encha a menos da metade (46%). Não procuramos saber por quê, nem se esse valor é verdadeiro. A verdade também é mais ou menos.
O 50% é uma espécie de religião de estado a ser respeitada. Os sacerdotes públicos nos ensinam que o mais ou menos é uma panaceia para todas as decisões conformistas. Assim, temos políticos que vivem a política do mais ou menos. Temos uma administração pública + ou -. Uma economia + ou -. Uma ecologia + ou -. Reservatórios de água mais ou menos cheios, sem provocar mudanças no uso da água.

Graças a Deus, que também é mais ou menos, estamos mais ou menos bem!

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