segunda-feira, 3 de julho de 2017

SUSTENTABILIDADE E BIODIVERSIDADE

(Foto Eugênio Giovenardi: de quem é a casa?)

Compreender a estrutura funcional da organização da natureza é tarefa pós-moderna e urgente. Há três bilhões de anos a vida se estabeleceu, se diversificou e ocupou o planeta graças ao Sol, ao vento e a água. A biodiversidade é a fórmula derivada da natureza para que a pluralidade de formas de vida continue segundo as leis da evolução. Biodiversidade quer dizer uma vida intimamente ligada a outra. Uma meticulosa rede de relações e de interdependências. Ao extinguir espécies fere-se e rompe-se a fórmula da biodiversidade. O desaparecimento de algumas espécies ocasiona a extinção de outras. Quando uma espécie morre ou desaparece, não há tecnologia que a ressuscite.
O que a espécie humana faz em nome do crescimento econômico é encurtar seu tempo de existência no planeta. A bandeira da sustentabilidade é desfraldada por todos os regimes políticos, por sistemas econômicos de diferente orientação, por instituições bancárias, agrícolas, comerciais, industriais.
Sustentabilidade ecológica é a preservação universal da biodiversidade cujas vidas se integram nas redes de interdependência oferecidas pela natureza. Sustentabilidade do crescimento econômico é apenas garantir alimento e conforto a 7 ou 10 bilhões de pessoas. Sustentabilidade da biodiversidade é assegurar a vida a trilhões de seres.
A natureza não é uma colcha de retalhos justapostos. Ela é um conjunto de temas – sistema – que atua coordenadamente e ao mesmo tempo.
Acostumamos o cérebro a separar o urbano do rural, o individual do coletivo, o político do econômico, o cultural do religioso, o eu do outro eu, o humano do vegetal e do animal. E sem nossa participação ou decisão, a natureza segue silenciosa sua tarefa de manter a vida em seus devidos espaços e ao longo de um tempo indeterminado.
A natureza é a gestora das leis físicas. Essas são as forças orientadoras da natureza. Lucrécio, poeta latino, (a.C.) resumiu essa conjugação de leis expressas no espaço e no tempo: as coisas da natureza (De rerum natura).
Há que levar ao cérebro humano informações limpas, colhidas diretamente da natureza, para que novas iniciativas sejam oferecidas por ele às pessoas. O pacote cultural transmitido pelos genes que deixamos a nossos descendentes está eivado de vícios, espertezas, mentiras e mitos. Com novas informações levadas ao cérebro sobre biodiversidade, redes de interdependência e integração de todas as espécies no mesmo sistema vital, mudam-se os comportamentos, as relações e a convivência com a natureza.

Os fundamentos da educação residem na capacidade dos sentidos de levar informações ao cérebro para que ele as associe e recomende ações adequadas à sobrevivência da espécie humana, parte importante, mas minúscula da biodiversidade.

Nenhum comentário: