sábado, 19 de março de 2016

AÇÕES PARA A GESTÃO DA ÁGUA

(Continuação da postagem anterior, com vistas ao II SEMINÁRIO ÁGUAS ACIMA, 21.3.2016, NO IHGDF, 14H30, 703/903 ASA SUL, BRASÍLIA)

POPULAÇÃO: PLANEJAMENTO FAMILIAR 

A redução gradativa da população em âmbito nacional e mundial requer ações imediatas com generosos investimentos em educação mediante programas nacionais, regionais e locais de planejamento familiar.
Esperar passivamente apenas nos efeitos da urbanização, na melhoria do ensino primário, nas ofertas de novos motivos de recreação ou nas dificuldades decorrentes de educação, de emprego e moradia, o decrescimento da população será lento e as dificuldades de administrar grandes populações serão quase insuperáveis.
 Brasil ainda cresce à proporção de uma cidade de dois milhões de habitantes, com problemas crescentes de emprego, moradia, educação e saúde. A ocupação do espaço geográfico é limitada e afrontar sua capacidade de suporte provoca sérios desgastes ambientais que multiplicam esforços e investimentos de recuperação de longuíssimo prazo.
O programa de planejamento familiar cuja meta visa ao equilíbrio entre necessidades básicas e oferta de bens limitados da natureza deve envolver a sociedade civil, ser democrático e entregue às mulheres não só pela função orgânica da maternidade como pela educação da prole e gestão da casa.
O ideal aponta para uma taxa de reprodução que não supere, em média a reposição simples ou manutenção de uma população cujas necessidades básicas possam ser individualmente satisfeitas. 

DEMANDA: REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA 

Diante da situação hídrica mundial e das crescentes dificuldades de acesso à água no Brasil, impõe-se crescente e inteligente redução do consumo de água no âmbito individual, na produção de alimentos, no consumo de energia e na fabricação de bens duráveis (madeira, têxtil, aço, vidro).
O consumo per capita deverá entrar num amplo acordo social de interesse da sociedade para democratizar o acesso à água, estabelecer um teto além do qual serão impostas sanções proporcionais à não observância da lei. Controles administrativos, fiscais e financeiros terão que ser aperfeiçoados e sua difusão deve abranger não só os funcionários contratados como toda a população.
A extração de água mediante poços artesianos sem expressa autorização pública dos órgãos de controle deve ser fiscalizada por meio de sensores e imagens de satélites dirigidas sobre condomínios e áreas prováveis de exploração.
Investimentos em tecnologia e pesquisas biológicas serão necessários para produzir alimentos e bens de consumo duráveis com menor volume de água do que atualmente se usa.
A redução do consumo de água deve acontecer por pessoa, por unidade doméstica, por unidade de produção (empresa, órgão público) e por produto. A redução do uso de água em variadas atividades produtivas demonstrará o custo-benefício dos investimentos supérfluos, a possibilidade de restrições, sanções, racionamento, alternância na distribuição e o sobrepreço acima de determinado limite em períodos de estiagem. 

OFERTA: CAPTAÇÃO E FLORESTAMENTO

       Dada a limitação cada dia maior do acesso à água pela população mundial e, especificamente, do Distrito Federal em razão do superpovoamento, a sociedade civil e o governo distrital devem atuar em duas direções: garantir a quantidade e a qualidade da água.
Uma das medidas urgentes a serem viabilizadas pela sociedade e pela administração pública é a captação das águas pluviais no âmbito da cidade de Brasília e na área rural. Distintas tecnologias de custos variáveis e algumas delas com custos mínimos podem ser imediatamente aplicadas para esse fim. Há dois mil anos, na região montanhosa de Gansu, no leste da China, a população consome, para todas as atividades sociais e econômicas, água captada da chuva e do derretimento das geleiras por meio de cisternas. A conservação da vegetação nativa constitui o mais eficaz fator de preservação dos cursos de água.
Metas anuais progressivas deverão ser fixadas de captação e uso de águas pluviais para limpeza urbana, irrigação de gramados e jardins e para produção de alimentos. Se a sociedade se mobiliza por suas próprias forças e recursos, em cinco anos a fisionomia do Distrito Federal terá um visual densamente verde.
O reflorestamento no DF deve ser intensificado por todos os meios, tanto na preservação de espaços verdes, quanto no plantio de árvores ao longo de rodovias e na multiplicação de pequenos parques para a purificação do ar, refúgio de pássaros e repouso dos habitantes.
A qualidade da água da chuva, das nascentes, córregos e rios do DF depende do tratamento de lixo urbano e das águas usadas.
Ao longo de rodovias devem ser construídos pontos de coleta de lixo que atualmente é jogado em grandes quantidades no meio da vegetação e levado aos córregos e rios pela chuva que desce das vias asfaltadas. A qualidade da água não depende apenas do tratamento químico que a encarece. Ela pode ser consequência mais econômica de atitudes e comportamentos civilizados da cidadania.

 Brigadas contra incêndios, móveis e temporárias, no período seco, precisam ser localizadas em áreas que abrigam mananciais ou nascentes para orientar a população a não atear fogo na vegetação e, em casos acidentais, prontamente debelá-lo.

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