quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O ATRASO DOS CORREIOS


MENINO DE RECADOS

O que é importante no complexo sistema de comunicação, de relações pessoais e sociais? Enviar ou receber a mensagem? Um gaiato diria: depende.
Quem é o intermediário desse processo? Lembremos o mais antigo e histórico: o menino de recados ou o porta-voz do rei. Essa simples forma de transmitir recados evoluiu para o serviço de Correios. (Correios vem de correr) Um posto de Correios recebe e outro, à distância, entrega ao destinatário.
Entre um posto de Correio e outro há um meio de transporte. Em 1500, uma carta expedida pelo papa, em Roma, viajando em carroça de cavalos, chegava ao rei Luis XII de França, em Paris, no prazo de 15 dias. Kafka, longe de Praga, no começo do século XX, escrevia diariamente cartas de amor a Milena que as recebia e lia no mesmo dia.
No século XXI, a madrinha de minhas netas, como faz todos os anos, postou em Helsinque, Finlândia, um pacote de chocolates, devidamente registrado, no dia 29 de novembro de 2014, com destino a Brasília. Segundo o rastreamento do envio registrado, o pacote foi recebido pelos Correios do Brasil, no dia 3.12.2014. Nesse mesmo dia, o pacote foi entregue à Unidade de Tratamento de São Paulo e logo remetido para a Unidade de Tratamento de Curitiba (PR). Nessa Unidade está retido desde o dia 17 de dezembro, 2014.
Hoje, é dia 7 de janeiro de 2015. Passaram-se 39 dias desde a partida do pacote em Helsinque.
Perguntei aos Correios, em Brasília, por que da demora de 40 dias entre Finlândia e Brasil se o transporte é aéreo. A resposta da funcionária veio sem pestanejar: “Ah! O atraso deve ser lá na Tailândia”! Não, é Finlândia, corrigi. Sem constrangimento, a funcionária olhando para a tela do computador disse: “É igual”!
Desci os degraus da escada do posto dos Correios com o cérebro e a esperança em pedaços.

O pacote, hoje, está em Curitiba, identificado como “objeto com atraso de entrega”. Informação complementar, para ânimo do usuário do serviço de Correios, diz: a mercadoria será entregue em 50 dias úteis, depois de liberada pela alfândega. 7.1.2015

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