NO
PLANETA AZUL, SOMOS
8
BILHÕES DE PESSOAS ENVENENADAS
É humilhante sermos
8 bilhões e 500 milhões de seres humanos, e outros tantos não humanos,
permanentemente vítimas de inimigos criados dentro de casa, no ecossistema
planetário. Os criminosos, em situação de rua, conhecidos como carbono (CO2),
acompanhado de outros gases, o dióxido de nitrogênio (NO2), o dióxido de
enxofre (SO2), o ozônio troposférico (O3) na baixa
atmosfera terrestre, o metano (CH4) e agrotóxicos combinados atuam
como guerrilheiros escondidos no solo, no subsolo, no ar, na água, nos
alimentos. Essas substâncias, letais para toda a biodiversidade, têm a ver com
as intervenções diárias que a espécie sapiens
faz no sistema integrado de interações e interdependências ─ solo, subsolo, água
e ar, ao longo e largo do planeta.
As meigas e
generosas florestas, nossas defensoras, são atacadas por desapiedadas
motosserras, fogo arrasador, máquinas vorazes e por mentes ambiciosas,
ditatoriais, que dirigem a tragédia de um modelo de exploração autofágica, a
disseminar, irrefreavelmente na atmosfera, substâncias venenosas sobre toda a
teia da vida planetária. Essas substancias liberadas pelas atividades humanas,
em nome do crescimento econômico, provocam o efeito estufa, interrompem a
circulação normal dos raios solares e o equilíbrio das temperaturas globais.
Geram instabilidades climáticas e o descongelamento de geleiras. Já se
produziram mapas que mostram o novo rosto do planeta Terra, com ausência de
dezenas de países engolidos pela invasão das águas dos oceanos.
A trigésima COP,
em águas amazônicas, repete a clássica leitura da natureza e dos ecossistemas,
apoiada no aperfeiçoamento infinito da tecnologia, sob o prisma da exploração
das riquezas naturais gratuitas, do crescimento econômico e do desenvolvimento
social. Diante de confessados e reiterados erros, alivia-se a consciência
criativa e empreendedora da exploração econômica, propondo-se enganar a
natureza com promessas de sustentabilidade. A compreensão e o conhecimento da
auto-organização da natureza, o funcionamento dos ecossistemas, para manter em
seus tempos, há bilhões de anos, o sustento e a reprodução da biodiversidade
vegetal e animal são levianamente substituídos pela impositiva exploração
econômica com requintes de arte e beleza artificial.
A COP/30, se ainda
há tempo cósmico, teria que responder a duas perguntas: é o crescimento
econômico o responsável pelo colapso climático e pela emissão letal de gases
tóxicos? Ou é o crescimento da população mundial que estimula a destruição de
florestas e dos ecossistemas habitáveis?
Eugênio Giovenardi – 91 - Ecossociólogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário