sexta-feira, 14 de novembro de 2025

8 BILHÕES DE ENVENENADOS

 

NO PLANETA AZUL, SOMOS

8 BILHÕES DE PESSOAS ENVENENADAS

É humilhante sermos 8 bilhões e 500 milhões de seres humanos, e outros tantos não humanos, permanentemente vítimas de inimigos criados dentro de casa, no ecossistema planetário. Os criminosos, em situação de rua, conhecidos como carbono (CO2), acompanhado de outros gases, o dióxido de nitrogênio (NO2), o dióxido de enxofre (SO2), o ozônio troposférico (O3) na baixa atmosfera terrestre, o metano (CH4) e agrotóxicos combinados atuam como guerrilheiros escondidos no solo, no subsolo, no ar, na água, nos alimentos. Essas substâncias, letais para toda a biodiversidade, têm a ver com as intervenções diárias que a espécie sapiens faz no sistema integrado de interações e interdependências ─ solo, subsolo, água e ar, ao longo e largo do planeta.

As meigas e generosas florestas, nossas defensoras, são atacadas por desapiedadas motosserras, fogo arrasador, máquinas vorazes e por mentes ambiciosas, ditatoriais, que dirigem a tragédia de um modelo de exploração autofágica, a disseminar, irrefreavelmente na atmosfera, substâncias venenosas sobre toda a teia da vida planetária. Essas substancias liberadas pelas atividades humanas, em nome do crescimento econômico, provocam o efeito estufa, interrompem a circulação normal dos raios solares e o equilíbrio das temperaturas globais. Geram instabilidades climáticas e o descongelamento de geleiras. Já se produziram mapas que mostram o novo rosto do planeta Terra, com ausência de dezenas de países engolidos pela invasão das águas dos oceanos.

A trigésima COP, em águas amazônicas, repete a clássica leitura da natureza e dos ecossistemas, apoiada no aperfeiçoamento infinito da tecnologia, sob o prisma da exploração das riquezas naturais gratuitas, do crescimento econômico e do desenvolvimento social. Diante de confessados e reiterados erros, alivia-se a consciência criativa e empreendedora da exploração econômica, propondo-se enganar a natureza com promessas de sustentabilidade. A compreensão e o conhecimento da auto-organização da natureza, o funcionamento dos ecossistemas, para manter em seus tempos, há bilhões de anos, o sustento e a reprodução da biodiversidade vegetal e animal são levianamente substituídos pela impositiva exploração econômica com requintes de arte e beleza artificial.

A COP/30, se ainda há tempo cósmico, teria que responder a duas perguntas: é o crescimento econômico o responsável pelo colapso climático e pela emissão letal de gases tóxicos? Ou é o crescimento da população mundial que estimula a destruição de florestas e dos ecossistemas habitáveis?

Eugênio Giovenardi – 91 - Ecossociólogo

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