quinta-feira, 7 de agosto de 2025

COMEÇAMOS CEDO

 

COMEÇAMOS CEDO

Começamos cedo a esquentar o planeta Terra, por volta de 1870, século XIX, com a queima de combustíveis fósseis. Tarde percebemos que a lei da precaução exigia conhecimento, prudência e sabedoria. Nosso avião está em velocidade de cruzeiro. Os motores falham e o aeroporto está longe, em meio a uma cidade. Talvez, não dê tempo para reparar os erros técnicos e humanos. Os pousos de emergência são cada dia mais frequentes e os desastres se acumulam ─ Rio Grande do Sul, Índia, Espanha, Texas, México. Em outras partes do planeta, junta-se o fogo nos pulmões das florestas e contaminam-se as águas e o ar. A tecnologia desregrada conseguiu construir a tempestade perfeita e já consumiu três partes do rosto do planeta. Extinguiu milhares de espécies da biodiversidade animal e vegetal. Disseminou bactérias e vírus sobre toda a teia da vida e contaminou seres humanos e não humanos. Ferimos a alegria do planeta. A espécie humana sobrevive num ambiente de depressão terminal.

terça-feira, 5 de agosto de 2025

ÁGUAS DE JULHO - 2025

 

CHUVAS DE JULHO  ▬  ANOS 2013 a 2025

SÍTIO DAS NEVES – BR 060 – KM 26 – DF -

Em milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2    

 MÊS                                      MM/MÊS           TOTAL/ANO/ MM

 2013                               –         0,0               2.255,6

2014                               –         3,0               1.677,5

2015                               –         0,0               1.642,7

2016                               -          0,0               1.921,7

2017                               ─         0,0               1.478,7

2018                               –          0,0               1.760.5

2019                               –          0,0              1.069.3

2020                               ─         0,0                1.787,8

2021                                ─        0,0               1.710.8

2022                               ─         0,0               1.279,2 

2023                               ─          0,0               1.323.4 

2024                               ─          0,0               1.770,9

2025                                          0,0                   513,8 (no ano) 

Durante 156 meses (doze anos), registro e publico os volumes de chuva, captados pelo pluviômetro autorizado pela Agência Nacional de Águas, na área da Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Lajes. É lamentável que mais da metade do bioma Cerrado esteja sendo desvirtuado. A regeneração de uma área, para o bom funcionamento de uma floresta, leva mais de 50 anos. Nos últimos 13 anos, o volume de águas do período chuvoso vem diminuindo alarmantemente, acompanhado de tempestades arrasadoras e letais em várias regiões do país.O Sitio das Neves (700.000 m2) registrou, ao longo do mês de julho, 00,0 de litros. Nesses doze anos julinos, apenas em um mês se registrou mais de um litro. A partir de 2021, a mudança do clima não é apenas um alerta. É uma realidade! O acumulado de chuvas do ano de 2025, é de 513,8 mm (ou litros por m2), em média equivalente a 73,4/litros/mês ou 2,4 litros/dia, na região da microbacia do Ribeirão das Lajes, no Distrito Federal.

 

 

MANEJO INTEGRADO DO FOGO

 

POLÍTICA NACIONAL DE MANEJO INTEGRADO DO FOGO

Esta Política tem outros sinônimos elegantes: uso racional do fogo, fogo amigo, fogo ecológico, manejo racional do fogo. Nos últimos dois meses, mais de 400 chamadas de combate ao fogo foram enviadas aos Bombeiros Ambientais. Com vivência de 51 anos de observação, cuidados e luta para salvar do fogo a biodiversidade do Sitio Neves (70 ha), BR 060 Km 26 DF, me atrevo, respeitosamente, a orientar os responsáveis da aplicação dessa POLITICA NACIONAL para as reais medidas de prevenção que evitam queimadas brutais, A maior parte das incidências de fogo, casual ou criminoso apresenta dois principais tipos de risco que facilitam e até incitam os incendiários. Todas as áreas de proteção permanente, 1) estão à beira de rodovias federais, com amplas faixas de domínio público de responsabilidade de Concessionárias ou distritais pouco fiscalizadas pelo GDF e malcuidadas, com depósito de variados tipos de lixo, ao lado de quilômetros de capim seco facilmente inflamável; 2) Linhas de alta tensão atravessam áreas rurais, chácaras, sem a devida limpeza ao longo de sua extensão, expostas a raios ou a falhas técnicas ou tecnológicas que já provocaram grandes incêndios.

Um sábio, inteligente e continuado controle e até eliminação dos riscos evidentes é a melhor e mais eficaz maneira de prevenir e abafar queimadas indesejáveis e criminosas contra a biodiversidade e a manutenção das nascentes de água.

Imagens:1. Lixo plástico entre capim seco. 2. Buritis,salvamdo olhos d´água, Sítio Neves, 9.10.2020 (Foto: Eugênio Giovenardi)

quinta-feira, 31 de julho de 2025

AS PEDRAS DE ROMA - COMENTÁRIO

 

AS PEDRAS DE ROMA

Edmilson Caminha, da Academia de Letras do Brasil, jornalista e escritor.

 As Pedras de Roma, em primeira edição publicada pela editora MaisQnada, Porto Alegre (2009), chega em segunda edição, pela editora Kelps, Goiânia (2025). Eugênio Giovenardi é dos poucos brasileiros capazes de escrever um livro com a riqueza humana e a magnitude literária que põem o romance As pedras de Roma entre os mais expressivos da nossa literatura, nos últimos tempos. Teólogo, filósofo e sociólogo, o autor detém profundo conhecimento da Igreja Católica, a que apela para contar a história impressionante de Giovanni de Medici, feito cardeal com 13 anos de idade, e que governou o Vaticano, como Papa Leão X, de 1513 a 1521, quando se suicida aos 45 anos”. São memórias de um ex-diretor da Biblioteca do Vaticano ─ “Rapporti confidenziali” lembranças, pensamentos e relatos de Leão X, talvez anotados e guardados, por um anão letrado que lhe prestava serviços. Tão bem escrito é o romance que chegamos a crer na veracidade do diário, como se fora mesmo um documento histórico, por entre personagens como Erasmo de Roterdam, Rafael, Michelangelo e Leonardo da Vinci. Os capítulos, elegantemente titulados em latim, são ladeados por imagens de quadros famosos.

Os Fugitivos da Água - RESENHA Paulo Roberto de Almeida

 Os Fugitivos da Água Eugênio Giovenardi:

(Goiânia: Kelps, 2025)
Comentários do escritor, acadêmico do ihg,df e diplomata
PAULO ROBERTO DE ALMEIDA
Estou lendo este "romance científico futurista", se assim posso classificar este livro, do meu amigo, colega sociólogo (embora eu nunca tenha exercido a profissão) e colega de academia, no caso o IHG-DF, obra que tem uma construção original, mas que é embasada (cada linha, cada parágrafo, cada capítulo) na mais pura informação científica, nos campos da ecologia, da sociologia, da economia, da biologia e muitas outras disciplinas trabalhadas com esmero e profundo conhecimento por este "Renaissance Man" (provavelmente mais do que isto).
Trata-se de um relato feito em meados do século XXII, ou seja, em torno de 2150, sobre o desaparecimento do mundo como o conhecemos hoje, a partir de uma fissura geológica na África (entre o Sudão e a Etiópia) que precipita uma invasão dos mares sobre territórios habitados, uma espécie de "Segundo Dilúvio".
O suposto autor, ou narrador da catástrofe ecológica, é Seven Oitis, descrito como um "Naturólogo, Licenciado em Inteligência Ambiental", cujo nome, escrito ao inverso, significa simplesmente "Sítio Neves", ou a morada do Eugênio. Ele cita um autor de um livro, "O Outono Sem Fim" (publicado em 2119), que seria Lechar Nosrac, também um nome invertido, que remete à famosa Rachel Carson, autora de "Silent Spring" (1962; reeditado muitas vezes, e ainda hoje lido com devoção por todos os ativistas da defesa ambiental (o que é exatamente a mais importante atividade de Eugênio Giovenardi).
A Rachel Carson é praticamente a "mãe" do movimento ecologista contemporâneo, tendo denunciado o uso de defensivos agrícolas por grandes empresas da área, sabotada por eles, mas que se impôs corajosamente até a proibição legal do uso de vários produtos tóxicos nocivos à alimentação humana. Vcs podem ter uma ideia da importância dela lendo a biografia na Wikipedia, e verificando os livros na Amazon. Não vou relatar o enredo do livro, pois quero que os que lerem esta nota procurem a obra para saber como é que a humanidade, ou boa parte dela, se tornou "Fugitiva da Água", um dilúvio, ou super inundação, causada pela destruição da natureza pela ação humana. O que sim gostaria de confirmar é a riqueza da informação científica manipulada de forma competente por Giovenardi, uma vez que, como afirmei acima, cada frase dele vem sustentada em fatos reais, do mundo natural, trabalhados por cientístas, e explicados de maneira racional, mas de forma agradável, atraente. Transcrevo um trecho, da p. 78-79:
"Perguntava-se Lechar Nosrac [ou seja, a Rachel Carson do século XXII], em uma de suas muitas entrevistas à imprensa televisiva, 'como foi que se chegou a esta raiva do tempo, da natureza, do planeta? Que foi feito da primavera que chegava antes do verão?' As neves nórdicas e as águas da Antártida derretidas não só modificaram os costumes dos habitantes do mar, como alteraram o modo de vida dos moradores dos continentes invadidos. Documentários produzidos nos grandes degelos dos anos 2060 [ou seja, o resultado prático do aquecimento global, já em curso neste século], registravam cenas reveladoras dos alertas repetidos por inúmeras agências observadoras do clima e dos fenômenos físicos ao redor do planeta. Por incredulidade, ou incompetência ou 'interesses maiores' não haviam sido levados a sério pela população nem pelos órgãos da administração pública dos países, localizados à margem de oceanos e possuidores de grandes rios que neles desembocavam."
Voilà, isso dá uma ideia de como Giovenardi desenvolve seu argumento, por vezes narrado pelo 'autor' (Seven Oitis) ou pela Rachel Carson (invertida) do futuro (a verdadeira morreu dois anos depois de seu famoso livro, em 1964. Os capítulos são descritos pelo narrador, com dois amigos também cientistas, e eles vão repassando toda a literatura científica sobre o meio ambiente desde os anos 1960, 70 (primeira conferência sobre meio ambiente, em Estocolmo, em 1972), os alertas do Clube de Roma e todos os malthusianos e catastrofistas do esgotamento dos recursos naturais, a destruição da natureza, os relatórios "da antiga Organização das Nações Unidas" (ou seja, ela já terá desaparecido no século XXII, e Trump, por uma vez, não é o culpado direto, pois o livro foi escrito antes que o laranjão começasse a destruir o mundo de forma mais afirmada) e uma pletora de outros materiais relacionados na bibliografia do livro.
A obra termina, justamente, por uma entrevista com Lechar Nosrac, ou seja, a Rachel Carson do futuro. Aos que desejarem saber mais sobre o autor e suas obras, recomendo uma visita a uma (ou mais) de suas páginas.
Brasília, 21/07/2025

terça-feira, 8 de julho de 2025

Uma agroindústria ecológica

 

Uma agroindústria ecológica

 Fui presenteado pela Natureza, há cinquenta anos, com uma agroindústria de caráter entouceirante, do gênero guadua ou bambu, ambientalmente sustentável, renovável, autônoma, sem investimentos monetários, sem patrão, sem empregados. Produz utensílios auxiliares para conveniência de usuários, sem greves nem conflitos trabalhistas e previdenciários. Oferece gratuitamente canudos de longa vida, para sorver líquidos em substituição aos derivados de plásticos e papel. Se descartados por longevidade, retornam à natureza, ao solo, aos rios, ao mar sem poluí-los nem contaminam organismos vivos, humanos e não humanos.

Além da água da fonte, quanto se pode ter gratuitamente da natureza que espera pacientemente que os seres humanos aprendam a ser socialmente, economicamente e politicamente inteligentes para viver com sabedoria a felicidade de participar do milagre da vida e compreender a simples economia da natureza.

Imagens: Bambus e canudos de bambus. (Fotos, Eugênio Giovenardi, 91, Sítio Neves)

quinta-feira, 26 de junho de 2025

28.6.1934 – 91 ANOS

 

28.6.1934 – 91 ANOS

Ao completar 91 anos, agradeço a Ignez e Antonio pela vida, a Hilkka Mäki pela amorosa companhia de 56 anos, a minha filha Aino Alexandra e genro Ronald Neri, a minhas netas Luiza e Laura, pelos atenciosos cuidados diários; a meus irmãos Luís, Maria Celina, Celso, Ivo, aos irmãos que partiram ─ Nelson, Cláudio, Victor, Terezinha, minha perene lembrança. A primos e primas, sobrinhos e sobrinhas espalhados por diferentes terras brasileiras, a Dadá e seus filhos Jefferson e Ítalo minha gratidão. Aos amigos da natureza, das árvores, das águas e a todos os hóspedes do Sítio Neves minha felicidade vegetal. A todos os caminhantes que abrem caminho de liberdade e paz ofereço minha mão estendida e os pensamentos que a vida me revelou e registrados em algumas centenas de páginas nos 30 livros publicados.

 

OS FILHOS DO CARDEAL, Paralelo XV, 1997. 2a Edição -  2009 com novo título - O HOMEM PROIBIDO - Romance Movimento, traduzido ao espanhol – Los hijos del cardenal - Ed. Arte y Literatura, 2000. Ao finlandês – Kielletty Mies - Like, 2005. Ao inglês - The Forbidden Man - Kelps, 2019. Ao francês – L’Homme interdit  -  2020

POEMAS IRREGULARES, 1998 - Poesia

EM NOME DO SANGUE, 2002 – Romance,

 Prêmio Açorianos de Literatura, 2003.

Traduzido para o finlandês. 2005. -
VENTOS DA ALMA, Poesia, 2003

OS POBRES DO CAMPO, 2003 - Ensaio

SOLITÁRIOS NO PARAÍSO -  2004 Poesia

O RETORNO DAS ÁGUAS, NASCENTES, 2005, Bilingue - 2a edição, 2015 – KELPS ▬   Ensaio

A SAGA DE UM SÍTIO, 2007 – 2a edição, 2016 - Crônicas

AS PEDRAS DE ROMA, 2009 – Traduzido ao inglês – THE STONES OF ROME - KELPS - 2019-  Romance

HELIODORA, 2010 - Romance
SILÊNCIO,  2011- Romance
AS ÁRVORES FALAM - -- 2012 - Crônicas

O ÚLTIMO PEDESTRE -- -  2013 – Romance

SUTILEZAS DO COTIDIANO -  -2013 - Crônicas

ECOLOGIA - Nova forma de prosperidade - - 2014 - Ensaio

NO MEIO DO CAMINHO – 2014 – Ensaio

ANARQUISMO LITERÁRIO, 2014, KIRON - Ensaio

UMA OBRA EM VERDE -  KIRON – 2016 - Ensaio

RELICÁRIO, KELPS, GOIÂNIA, - - 2016 Poesia

REENCONTRO - O que aprendi da natureza - KELPS, 2017 – Ensaio

ALDEBARÃ E EU, Kelps, 2018 ─ Crônicas   

A VELHICE DO TEMPO - O TEMPO DA VELHICE, 2020, KELPS Ensaio

ECOSSOCIOLOGIA, ─ RELAÇÕES HOMEM/NATUREZA ─ KIRON – 2016 – 2a edição ampliada, KELPS, 2021 - Ensaio 

CALIANDRA- ouvindo a natureza –  2020 - KELPS –– Poesia

CARTAS DA PRISÃO –– KELPS – 2020/2021 – Crônicas

À PROCURA DA BRASÍLIA PERDIDA – KELPS, 2022 – Crônicas

O CERRADO E NÓS ─ Escritos Ecológicos ─ KELPS, GO, 2022)

OUVIR AS ÁRVORES ─ Crônicas ─ KELPS, GO, 2023

SEGREDOS MILENARES DO CERRADO ─ Fotolivro ─ Athalaia Gráfica e editora, Brasília, 2024.

OS FUGITIVOS DA ÁGUA ─ Romance ─ KELPS, GO, 2025.

UM OLHAR ECOAMBIENTAL SOBRE BRASÍLIA ─ Artigos ─ KELPS, GO, 2025

A)      BRASÍLIA, A TERRA PROMETIDA ─ Livreto ─ Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico - Distrito Federal - Cadeira 94 - Gilberto Freire, 2008.

 B)     DYONÉLIO MACHADO ─ Livreto ─ Discurso de posse na ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL Cadeira XIX, 2019

segunda-feira, 16 de junho de 2025

PONHA-SE NO SEU LUGAR

 

PONHA-SE NO SEU LUGAR

 

A ordem foi dada por um senador, contaminado pelo escravismo, à ministra Marina Silva. A ex-senadora estava no lugar errado. Foi alertada e saiu. Marina Silva, embora o próprio governante não saiba, é Ministra da Natureza, para proteger a biodiversidade. Este é seu lugar, mesmo contra a ignorância senatorial. Marina Silva se alfabetizou com a letra “a” de árvore, de água, de amor à vida que pulsa nas florestas, nos rios e nas terras do planeta.

Seu legislador á a natureza cuja constituição não requer nem precisa de emendas parlamentares. Ministra Marina Silva defenda, com o apoio de milhões de vozes libertas, seu privilegiado lugar habitado por vidas humanas e não humanas, impulsionadas por contagiantes energias que falam, cantam e alegram o planeta.

 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

 

CHUVAS DE MAIO  ▬  ANOS 2013 a 2025

SÍTIO DAS NEVES – BR 060 – KM 26 – DF -

Em milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2    

 MÊS                                      MM/MÊS           TOTAL/ANO/ MM

 

2013                               –         25,3               2.255,6

2014                               –         26,0               1.677,5

2015                               –         42,0               1.642,7

2016                               -          38,9               1.921,7

2017                               ─         64,2               1.478,7

2018                               –            9,1               1.760.5

2019                               –          16,3              1.069.3

2020                               ─         17,7                1.787,8

2021                                ─        00,0               1.710.8

2022                               ─           6,3               1.279,2 

2023                               ─          00,0               1.323.4 

2024                               ─          00,0               1.770,9

2025                                         00,0                   510,8 (no ano)

 

Durante 156 meses (doze anos), registro e publico os volumes de chuva, captados pelo pluviômetro autorizado pela Agência Nacional de Águas, na área da Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Lajes. É lamentável que mais da metade do bioma Cerrado esteja sendo desvirtuado. A regeneração de uma área, para o bom funcionamento de uma floresta, leva mais de 50 anos. Nos últimos 13 anos, o volume de águas do período chuvoso vem diminuindo alarmantemente, acompanhado de tempestades arrasadoras e letais.

O Sitio das Neves (700.000 m2) registrou, ao longo do mês de maio, 00,0 de litros. Nesses doze anos, apenas em três meses se registrou mais de um litro/dia. A partir de 2021, a mudança do clima não é apenas um alerta. É uma realidade! O acumulado de chuvas do ano de 2025, é de 510,8 mm (ou litros por m2,) na região da microbacia do Ribeirão das Lajes, no Distrito Federal.   

quinta-feira, 29 de maio de 2025

"SENATUS" ou VELHOS GAGÁS

 

"SENATUS", de origem latina, significa "conselho de anciãos", ora direis!!!

Ao ouvir um senador repreendendo a ministra do Meio Ambiente com estas palavras: ─ ¨A senhora está atrapalhando o desenvolvimento do país¨ ─ compreendi minha intuitiva decisão de respeitar, ao longo de 51 anos, a lenta regeneração de setenta (70) hectares de Cerrado. Sou hóspede desta biocomunidade que abriga generosamente seres humanos e não humanos, alegra a biodiversidade e sustenta a teia da vida.

700.000 árvores, milhares de arbustos e gramíneas são antidesenvolvimentistas. Os 70 hectares, se libertaram da ganância humana. Não alimentam possíveis 70 bovinos.  Não produzem 350 ton. de soja. Não exportam jacarandás, cajazeiras, angicos, copaíbas, embiruçus, guapevas, jequitibás.

Corajosa e eficazmente, recebem e retêm, cada ano, 840 milhões de litros de água para revigorar nascentes e recarregar aquíferos. Os 70 hectares antidesenvolvimentistas podem reter 2.240 t de CO2 e devolver, diariamente, outras tantas de oxigênio limpo.

A natureza das coisas e da vida mostrou-me o caminho da felicidade possível. O capitalismo inadministrável aprisionou a teia da vida, humana e não humana, num labirinto político-econômico. 

Para Marina Silva

A natureza te abraça.

 

 

REALIDADE AMBIENTAL E URBANA

 

REALIDADE AMBIENTAL E URBANA

Até quando o Cerrado vai resistir à realidade da devastação ambiental? Até quando Brasília vai aguentar a realidade urbana de milhares de automóveis poluidores do ar, do fogo criminoso e do ataque sorrateiro às invasões de áreas de proteção permanente? Os apelos, gritos e as inócuas boas intenções de órgãos públicos, os alertas da especialista professora Mercedes Bustamante, em defesa e proteção da privilegiada biodiversidade do Cerrado, exemplificam a realidade ambiental e se perdem na indiferença do cidadão e na ausência de fiscalização educativa. Bilhões de metros cúbicos de águas pluviais, anualmente, são expulsos pela impermeabilização. Esta é a realidade urbana. Lixo esparramado à beira das rodovias do DF contaminando as heroicas nascentes desfalecidas. Esta é a realidade ambiental. Protejo, há 51 anos, a regeneração de 70 hectares de Cerrado, no Distrito Federal, declarados pelo Ibram/Sema, primeira reserva distrital do patrimônio nacional, em caráter perpétuo, como presente aos 65 anos de Brasília. Esta é a realidade pela qual viveu o fotógrafo humanista Sebastião Salgado.         

Eugênio Giovenardi, Sítio Neves,  DF.


 

sábado, 17 de maio de 2025

EUGÊNIO GIOVENARDI por Gilberto Cunha

 EUGÊNIO GIOVENARDI

Gilberto Cunha

 Eugênio Giovenardi tem 90 anos e é natural de Casca, RS. É filósofo, sociólogo e escritor. Vive em Brasília desde 1972. Foi consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT/PNUD/ONU) e teve destacada atuação na América Latina, especialmente na Colômbia, onde trabalhou na promoção do desenvolvimento agroindustrial de pequenas comunidades rurais marcadas pela presença das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN). Integra o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal e faz parte da Academia de Letras do Brasil. Escreveu centenas de artigos e publicou 28 livros. Tem um sítio nos arredores da Capital Federal e é casado com a jornalista e tradutora finlandesa Hikka Mäki, uma filha, Aino Alexandra, e duas netas, Luiza e Laura.

Ainda que aparente, a breve síntese do parágrafo anterior, ao estilo “eis o homem”, na tradução das palavras latinas, “ecce homo”, usadas pelo governador romano Pôncio Pilatos ao, lavando as mãos, apresentar Jesus de Nazaré à multidão que selaria o seu destino, não diz nada (ou muito pouco) sobre o principal legado intelectual deixado por Eugênio Giovenardi.

Quanto à sua relação com Passo Fundo, além da proximidade da terra natal, Casca, Giovenardi mantém laços fraternos com o Professor Egídio Ferronatto, principal entusiasta local da sua obra, iniciados no Seminário Seráfico da Ordem dos Frades Capuchinhos, em Veranópolis, e que acabariam reatados 50 anos mais tarde. Inclusive, Giovenardi esteve na nossa cidade, algumas vezes. Lançando o livro “As pedras de Roma”, no dia 4 de novembro de 2009, na extinta Livraria Nobel do Bella Città Shopping Center, ou para visitas ao amigo Egídio Ferronatto. Numa dessas, em 11 de janeiro de 2017, tive o privilégio de ser agraciado com exemplar, autografado, do livro “Uma obra em verde”, cujo título foi inspirado no livro “Obra em negro”, da escritora Marguerite Yourcenar. E, para minha satisfação, mais uma vez por intermédio do Professor Egídio Ferronato, recebi, recentemente, também com dedicatória muito amável, o novo livro do Eugênio Giovenardi, “Os Fugitivos da Água”, lançamento de 2025.

Eugênio Giovenardi é um dos pioneiros, quem sabe o pioneiro, no Brasil, no trato da relação, nem sempre percebida e aceita, que há entre a sociedade humana e o ambiente natural, que se entende por ecossociologia. Quando os pressupostos da sociologia e da ecologia, simultaneamente, devem ser levados em consideração, a partir da complexa interação que há entre as ciências naturais e as ciências sociais. E Giovenardi faz isso com maestria, tanto nos domínios teóricos, a partir da sua formação em Sociologia pela UFRGS, aperfeiçoada na Universidade de Paris (antiga Sorbonne), quanto práticos, com a experiência que, desde 1974, tem levado a cabo no Sítio das Neves, atualmente convertido em Reserva Perpétua do Território Nacional. Não obstante esse reconhecimento, o Sítio das Neves não está imune à ameaça dos incêndios que atingem o bioma Cerrado. Apenas como exemplo, do tipo de coisa, quando envolve a ação humana, que trata a ecossociologia.

Na obra “Os Fugitivos da Água”, Eugênio Giovenardi põe em evidência a sua bagagem cultural e de conhecimento sobre acordos diplomáticos e programas globais para o meio ambiente, nem sempre factíveis no mundo real, ao tratar da mudança do clima global e das responsabilidades humanas. As diversas nuanças do tema foram postas nesse romance, muito bem-escrito, de leitura agradável e que se passa no ano 2140. Infelizmente, nem ele, nem o colunista e nem você leitor estará por aqui para saber se, realmente, aconteceu daquela forma. Mas, atenção, muitas das coisas postas por Giovenardi para o século XXII poderão acontecer antes, uma vez que, como destaca ele, não temos nos mostrados capazes de qualquer razoabilidade diante da realidade!

O enredo de “Os Fugitivos da Água”, por criar um futuro (quase) distópico, é um alerta de que o estado de emergência climática, que ora assola o mundo, apesar de negado por muitos, não pode ser mais ignorado. No caráter de distopia, lembra os clássicos “1984”, de George Orwell, e “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, que se prestam, em meio à cegueira que acomete muita gente, para iluminar o que poderia acontecer quando se flerta com o autoritarismo e a democracia é deixada de lado.

Não é difícil, com certa atenção, identificar a relação que há entre personagens fictícios, criados por Eugênio Giovenardi, e reais. Apenas como exemplo, o narrador “Seven Oitis”, naturólogo e licenciado em Inteligência Ambiental, é o Sítio Neves. O professor Egfer, licenciado em Artes da Natureza, é o Professor Egídio Ferronatto. O físico nuclear Nosrac Lechar é a bióloga e escritora Rachel Carson. E o seu livro “Outono sem fim”, publicado em 2119, seria a versão futurística do clássico “Primavera silenciosa”, de 1962.

30,4,2025

sexta-feira, 9 de maio de 2025

VER E OUVIR ESTRELAS

 

VER E OUVIR ESTRELAS

 

Bilhões e bilhões de astros

Vagueiam pelo universo.

No silêncio da madrugada

Saio para ver estrelas

Na escuridão da mata.

Espiam por entre a ramagem

De copaíbas e jatobás.

As Três Marias inseparáveis

Riem das travessuras de Canopus,

Cortejam a Cruz do Sul.

No amplo céu azul milhares de olhos

Contemplam a menininha Terra

Tão pequenininha de tranças verdes.

Na Constelação de Touro

Vestida de manto rúbeo transparente,

Aldebarã recebe os cortesãos

Do império celestial.

Vejo passar, no diáfano salão,

A sombra do amigo Engenio Pedro

Rodeado de Neandertais, e com eles,

Carl Sagan e o povo das Galáxias.

Generosa acolhe os recém-chegados,

Ricardo Libanio e Vladimir Carvalho,

Que esperam meu desembarque

Para um eterno happy hour.

AS PEDRAS DE ROMA

 AS PEDRAS DE ROMA

Publiquei este romance histórico em 2009, (308 pág, traduzido para o inglês). Escrito durante 6 anos, com três viagens de pesquisa nas regiões de Florença, Roma, Bolonha, Módena, Ferrara, Avinhão, áreas de influência da Família Medici. Giovanni, filho de Lorenzo de Medici, banqueiro, comerciante de sedas da China, feito cardeal aos 13 anos, foi eleito papa em 1513 e morreu em 1521.
Foi encarregado de recolher os votos dos cardeais no conclave. Surpresa dele e do mundo: ao abrir os votos ele foi o eleito. Entrou cardeal, saiu papa.
Sucedeu a Júlio II, depois do desastre pontifício de Alexandre VI, pai da irresistível Lucrécia Borgia, que administrou o Vaticano, durante a ausência do papa-pai. As mulheres de hoje não lembram da papisa Joana, feminista do século IX, que pontificou durante 3 anos. 113 cardeais e nenhum comentário sobre a perspectiva de uma cardeala na cadeira papal.
O Renascimento conheceu Michelangelo, Rafael, Leonardo da Vinci, Maquiavel e descobriu os caminhos da Índia onde florescia a civilização Maia no México, os Incas no Peru e os Guaranis no Brasil.
Giovanni tomou o nome de Leão X.
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Daniel Barros

quinta-feira, 1 de maio de 2025

AS PIABAS DO CERRADO

 

AS PIABAS DO CERRADO

Nos riachos de águas transparentes,

No silêncio escuro dessas matas

Entre pedras milenares do Cerrado,

Dezenas, centenas ou milhares

Sobem e descem, saltam cachoeiras,

Dançam reluzentes as piabas.

Sentem meus passos sobre a areia

Vêm me saudar em visível alegria.

Irrequietas me olham. Falo com elas.

Mergulho a mão na água fria.

Sem medo, abocanham as migalhas,

Atrevidas, beijam-me os dedos

E fogem sorridentes.

Seu eu fosse um peixinho

E soubesse nadar

Eu ficava com elas

Sem me afogar.

CHUVAS DE ABRIL ▬ ANOS 2013 a 2025

 

CHUVAS DE ABRIL  ▬  ANOS 2013 a 2025

SÍTIO DAS NEVES – BR 060 – KM 26 – DF -

Em milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2    

 MÊS                                      MM/MÊS           TOTAL/ANO/ MM

 

2013                               –         554.5               2.255,6

2014                               –         371.9               1.677,5

2015                               –         299,4               1.642,7

2016                               -              8,0               1.921,7

2017                               ─           56.7               1.478,7

2018                               –          111,3               1.760.5

2019                               –          180,1               1.069.3

2020                               ─         149,2                1.787,8

2021                                ─          62.2               1.710.8

2022                               ─           74,5               1.279,2 

2023                               ─            73,4               1.323.4 

2024                               ─            52,0               1.770,9

2025                                          116,6                   510,8 (no ano)

 

Durante 156 meses (doze anos), registro e publico os volumes de chuva, captados pelo pluviômetro autorizado pela Agência Nacional de Águas, na área da Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Lajes. É lamentável que mais da metade do bioma Cerrado esteja sendo desvirtuado. A regeneração de uma área, para o bom funcionamento de uma floresta, leva mais de 50 anos. Nos últimos 13 anos, o volume de águas do período chuvoso vem diminuindo alarmantemente, acompanhado de tempestades arrasadoras e letais.

O Sitio das Neves (700.000 m2) recebeu, ao longo do mês, 81.620.000 de litros, com média diária de 2.720.666 litros/dia, totalmente detida pelo colchão de gramíneas nativas, O acumulado de chuvas do ano de 2025, é de 510,8 mm (ou litros por m2,) na região da microbacia do Ribeirão das Lajes, no Distrito Federal.   

Por incúria da administração do GDF e ausência de planejamento hídrico, para recarga dos aquíferos, a maior parte das águas de abril de 2025, caídas na área do DF, 90%, a olhos vistos, se perdeu asfalto abaixo sem alimentar nossos aquíferos. Os investimentos se amontoam águas abaixo e não águas acima onde estão as nascentes que garantem ocurso dos rios e as represas.

 O primeiro gráfico registra 12 dias de chuva no mês de abril de 2025 e apenas cinco dias com volume acima de 15 mm.

O segundo gráfico mostra o volume de chuvas no mês de ABRIL dos 13 anos. Clara irregularidade das chuvas.

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