domingo, 23 de novembro de 2025

MENSAGEM À COP/31

 

MENSAGEM À COP/31

A Natureza é gerada e se organiza por um impulso das leis físicas. Os primeiros ecologistas foram denominados, por Aristóteles, fisiólogos (physio logos) filósofos da natureza. O naturalista Anaxímenes de Mileto (588-524), filho de Anaximandro, deu os primeiros passos na compreensão da origem da Natureza (fisio). Ela se forma por um impulso imanente das leis físicas. Essas leis operam, sistemicamente, sobre o solo, o subsolo, a água, a luz, o calor, a atmosfera. A Fisio ─ a Natureza ─ se modificou com a mescla desses elementos e surgiu o elã vital ─ a vida ─ há bilhões de anos. A vida se adaptou ao conjunto das condições físicas para tomar diferentes formas no processo evolucionário ─ biodiversidade. A Natureza é, pela lógica física, uma energia impulsionadora de vida.

Os latinos, com o verbo nascere (nascer) deram a raiz da palavra Natureza. Nenhuma força externa à física ordenou ou organizou a Natureza. Ela é filha das leis físicas. Por tanto, toda a intervenção no funcionamento da Natureza deve ser precedida pela compreensão de sua organização e conduzida pelo princípio da precaução que permita a restauração e a regeneração dos elementos do sistema natural ─ solo, subsolo, água, ar, calor. ─ garantidores da continuação da biodiversidade no planeta.

Todos os serviços da mobilidade urbana e das atividades relacionadas à produção de alimentos para 8 .5 bilhões de pessoas e outros tantos bilhões de vidas agregadas, ao longo da geografia do planeta, consomem energias.  A intensidade do funcionamento de milhares de aparelhos eletrônicos, milhões de automotores em terra, ar e mar, de guerras anti-humanas e antiambientais e sua contínua operação no tempo afetam, pelo calor, todos os ecossistemas e reduzem sua capacidade de produzir adequadas condições de saúde física e mental para humanos e não humanos. A queima de produtos fósseis para gerar energia deixa um rastro de gases tóxicos, como carbono (CO2), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2), ozônio troposférico (O3) responsáveis pelo aumento do calor e do efeito estufa. A perturbação incontrolada do clima excita o funcionamento dos fenômenos físicos, no ar e no mar, causando visíveis mudanças no rosto do planeta e o sacrifício de vidas humanas e não humanas.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

PERGUNTAS – DÚVIDAS – AFIRMAÇÕES

 

PERGUNTAS – DÚVIDAS – AFIRMAÇÕES 

 * Para onde vai o mundo, perguntam-se vítimas desesperadas diante de guerras de extermínio.

·          * Para onde caminha o Brasil? A corrupção jurídica, política, econômica e bancária pode ser classificada como crime organizado?

·          * Que será de Brasília, atacada de leucemia administrativa e desordenamento urbano?

·          * A biodiversidade que engloba humanos e não humanos é a riqueza inquestionável da auto-organização da natureza.

·          * Os biomas e seus ecossistemas, nacionais e universais são interativos e interdependentes, se comunicam pelo sistema ambiental – solo, subsolo, água, clima, ar. Romper esse sistema em pedaços é inviabilizar a teia da vida no planeta.

·         *  Os aquíferos também secam e as nascentes são as vítimas.

·          * As três maiores organizações socioambientais da vida, no planeta, são dirigidas por energias femininas ─ abelhas, formigas/térmitas e aranhas.

·          * Vidas se alimentam de vidas numa permanente reciclagem e evolução.

·      *  A auto-organização da Natureza não aceita mudanças nem emendas em sua constituição. É administrada por autogestão.

·          * Nenhum rio, pequeno ou grande chega sozinho ao mar. Juntos levam as mensagens, por vezes catastróficas, dos 8 bilhões de usuários do sistema natural.

·         *  Queremos paz! Dizem os administradores do crescimento econômico, da inteligência artificial e das guerras intermináveis entre humanos, com vítimas não humanas.

·         *  Informa-se que, pelo menos, seis grandes países em diferentes pontos geopolíticos da Terra, tem armas letais para exterminar a vida humana e não humana no planeta. Mas a corrida armamentista se apressa para a chegada fatal!!!

·      *     O aumento do consumo de bens da natureza, pela crescente população mundial, está esgotando as energias do planeta.

·      *     O bioma Cerrado, reserva hídrica das seis Regiões Político-administrativas do Brasil, sofre de leucemia ambiental incurável.

·       *    O tempo da natureza não é o do relógio suíço. Plante uma árvore, hoje! O resultado você verá em 20 ou 30 anos.

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 Comparativo de chuvas ent

re 1/11/ e 20/11 – (20 dias)

 2024 -  329,1 mm               2025  -  96,0  mm

Irregularidade das chuvas: mudanças climáticas globais. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

8 BILHÕES DE ENVENENADOS

 

NO PLANETA AZUL, SOMOS

8 BILHÕES DE PESSOAS ENVENENADAS

É humilhante sermos 8 bilhões e 500 milhões de seres humanos, e outros tantos não humanos, permanentemente vítimas de inimigos criados dentro de casa, no ecossistema planetário. Os criminosos, em situação de rua, conhecidos como carbono (CO2), acompanhado de outros gases, o dióxido de nitrogênio (NO2), o dióxido de enxofre (SO2), o ozônio troposférico (O3) na baixa atmosfera terrestre, o metano (CH4) e agrotóxicos combinados atuam como guerrilheiros escondidos no solo, no subsolo, no ar, na água, nos alimentos. Essas substâncias, letais para toda a biodiversidade, têm a ver com as intervenções diárias que a espécie sapiens faz no sistema integrado de interações e interdependências ─ solo, subsolo, água e ar, ao longo e largo do planeta.

As meigas e generosas florestas, nossas defensoras, são atacadas por desapiedadas motosserras, fogo arrasador, máquinas vorazes e por mentes ambiciosas, ditatoriais, que dirigem a tragédia de um modelo de exploração autofágica, a disseminar, irrefreavelmente na atmosfera, substâncias venenosas sobre toda a teia da vida planetária. Essas substancias liberadas pelas atividades humanas, em nome do crescimento econômico, provocam o efeito estufa, interrompem a circulação normal dos raios solares e o equilíbrio das temperaturas globais. Geram instabilidades climáticas e o descongelamento de geleiras. Já se produziram mapas que mostram o novo rosto do planeta Terra, com ausência de dezenas de países engolidos pela invasão das águas dos oceanos.

A trigésima COP, em águas amazônicas, repete a clássica leitura da natureza e dos ecossistemas, apoiada no aperfeiçoamento infinito da tecnologia, sob o prisma da exploração das riquezas naturais gratuitas, do crescimento econômico e do desenvolvimento social. Diante de confessados e reiterados erros, alivia-se a consciência criativa e empreendedora da exploração econômica, propondo-se enganar a natureza com promessas de sustentabilidade. A compreensão e o conhecimento da auto-organização da natureza, o funcionamento dos ecossistemas, para manter em seus tempos, há bilhões de anos, o sustento e a reprodução da biodiversidade vegetal e animal são levianamente substituídos pela impositiva exploração econômica com requintes de arte e beleza artificial.

A COP/30, se ainda há tempo cósmico, teria que responder a duas perguntas: é o crescimento econômico o responsável pelo colapso climático e pela emissão letal de gases tóxicos? Ou é o crescimento da população mundial que estimula a destruição de florestas e dos ecossistemas habitáveis?

Eugênio Giovenardi – 91 - Ecossociólogo

terça-feira, 11 de novembro de 2025

RIO BONITO DO IGUAÇU

 RIO BONITO DO IGUAÇU

Em 1950, dirigia-me a Foz do Iguaçu em visita a minha família. O tempo chuvoso nos obrigou a pousar numa estalagem próxima à rodoviária de Laranjeiras, no coração do Paraná. Era época de longas chuvas e tremendos atoladouros. Falava-se, naquela época, em derrubada de pinheiros araucária para futuros campos de soja, milho, trigo. Vendavais no Paraná sempre houve. A pequena cidade de Rio Bonito do Iguaçu nasceu depois que seus vales e colinas se cobriram de soja. O drone indiscreto, que mostrou a cidade arrasada, fez um giro nas imediações e mostrou o vazio que, em 1950 ainda estava coberto de pinheirais.
Que é um tornado? É a mistura de ventos frios e quentes que giram furiosamente em alta velocidade. Um gigantesco liquidificador que se expande em campo aberto e moi freneticamente o que encontra pela frente. Ninguém esperava que 75 anos depois de arrasar a floresta de araucárias e grandes árvores no Paraná, transformadas em tábuas e ripas, um liquidificador gigante viesse moer milhares de casas, estruturas de ferro, carros e emudecer, pateticamente,14 mil pessoas em Rio Bonito do Iguaçu. Há liquidificadores potentes a caminho pelos céus do planeta. Passam pela Índia, Paquistão, Cuba, Estados Unidos, Brasil.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

CERRADO – DESMATAMENTO - DEFAUNAÇÃO

 CERRADO – DESMATAMENTO - DEFAUNAÇÃO

Há 525 anos, os banhistas originários do Paralelo-15, perambulando pelas areias quentes da costa atlântica, se surpreenderam com estranhas caravelas, vindas de um mundo desconhecido. Depois da grande transformação do planeta, há estimados 65 milhões de anos, o Cerrado, nas terras do Planalto Central, no coração do futuro Brasil, começou sua caminhada e se tornou a caixa d´água de nossos grandes rios que irrigam as seis regiões do país. Os primeiros seres humanos, nossos habitantes originários das florestas e águas denominadas Amazônia, acamparam ali, com arcos e flechas, há mais de 30 mil anos, segundo os vestígios culturais recentemente desenterrados.

Em apenas cinco séculos, os povos da Europa, com novas filosofias e perturbadoras teologias, armas explosivas, doenças contagiosas e fogo avassalador, empurraram os habitantes originais da costa brasileira aos confins da selva sem possibilidade de regresso. Foi o maior, mais cruel e mais avassalador ¨tarifaço cultural¨ contra povos, sua organização social, seus idiomas, sua filosofia de vida, suas crenças e sua soberania. Há 40 mil anos, o homo sapiens tomou as terras dos Neandertais e os enterrou nas cavernas do Neander, Alemanha, de Lascaux, França, de Atapuerca, Burgos/Espanha e Gibraltar/Portugal.

A tecnologia moderna, a Inteligência Artificial e as Terras Raras, seguindo as lições da história, nos previsíveis 40 anos, apagarão a história milenar das culturas e habitantes que honram as águas e as florestas da fulgurante natureza brasileira.

Os sinais dessa fatal desaparição de nossos predecessores originais deste imenso país são visíveis no rosto do Cerrado. O bioma Cerrado, que me acolheu há 53 anos, me ensinou a gramática, o idioma e a inteligência ambiental. Em 40 anos, o antigo Cerrado será conhecido como Deserto Agro-Urbano do Planalto Central do Brasil.

Os aquíferos Araxá, Paranoá, Bambuí e Urucuia, secarão como o Guarani e o Alter do Chão, não terão força para abastecer Águas Emendadas. A Caixa d´Água do Brasil estará no livro de memórias da história natural.

A agonia lenta do Cerrado é provocada por práticas destruidoras e desertificadoras.  Queimadas persistentes e impermeabilização rígida do solo, com quilômetros de vias asfaltadas e milhares de prédios imponentes expulsam da cidade bilhões de metros cúbicos de águas gratuitas das chuvas anuais. Sem florestas nativas, sem alimentação diversificada, com nascentes e córregos secos, determina-se o fenômeno da defaunação ou desaparecimento de milhares de seres vivos não humanos ─ empobrecimento da biodiversidade original, morte ou desterro de grandes, médios e pequenos animais, o silêncio da majestosa coleção de aves diurnas e noturnas.

Devo, em nome de todas as vidas da Biocomunidade Sítio Neves - primeira Reserva do Patrimônio Nacional do Distrito Federal, declarada em 2023 – agradecer à família dos cinco sobreviventes da família Macacos-prego-negrito (Sapajus Negritus), por terem semeado mais de cem Palmitos às margens do Córrego da Mata Azul de águas cristalinas.

 Imagem: A irregularidade das chuvas é consequência de mudanças climáticas a serem enfrentadas com sabedoria. Chuvas de outubro 2024 X 2025. 

DIA

OUTUBRO 2024

OUTUBRO 2025

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4,5

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10,7

0

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3,2

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0

16,5

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0

15

1,0

3,8

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9,5

0

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39,6

0

18

21,0

3,8

19

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0

20

0

1,8

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19,0

0

22

12,0

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23

1,4

0

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6,4

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25

2,0

0

26

0

0

27

0

      0

28

18,2

    0

29

0

  0

30

8,5

0

31

0

0

TOTAL

177,2

25,9

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

A COP/30 E O CERRADO

 

A COP/30 E O CERRADO
Convivo com o Cerrado, berço das águas, há 52 anos. Sobre ele se erguem cidades, rodovias, campos de soja, pastagens de gado, desviam-se rios, cobrem-se fontes de água, empobrece-se a biodiversidade vegetal e animal. O Cerrado sofre de hemorragia incontrolada e o sangramento é visível em todos os ecossistemas do generoso bioma. O estado de palidez é emergencial e demanda atenção ecológica imediata. “O Cerrado tem pressa”, escreveu o
engenheiro florestal CESAR VICTOR DO ESPÍRITO SANTO. Diante de tudo o que se ouve e vê, fica a impressão de que o Cerrado não faz parte do Ministério do Meio Ambiente. Entre 2019 e 2025, segundo fontes preliminares do Prodes/Inpe, foram desmatados cerca de 15 mil km2 de Cerrado, três vezes o tamanho do Distrito Federal. O Cerrado já perdeu a potência de 1.100.000 km2. Se a COP/30 ficar apenas em Belém e na Foz do Amazonas, a caixa d´água do Cerrado cobrará a conta nos próximos cinco anos. As chuvas atrasadas, deste ano 2025, absorvidas por queimadas, campos desnudos de soja, impermeabilização das cidades do Planalto Central e a invasão de poços artesianos levarão mais de 10 anos para chegar aos aquíferos. Neste período longo de estiagem, que ainda não acabou, muitas nascentes diminuíram drasticamente a vazão ou secaram. As águas dos pequenos córregos se esconderam na areia e submergiram. Os biomas do Brasil não são independentes. Eles se comunicam e se complementam. A destruição do Cerrado é a catástrofe para oito das extensas bacias fluviais do Brasil. As águas do Cerrado sao EEMENDADAS.
Imagem: A função da vegetação nativa é reter as águas da chuva e facilitar sua infiltração e percolação até os lagos interiores ou aquíferos. (Biocomunidade Sítio Neves, DF. Foto: Eugenio Giovenardi)



terça-feira, 30 de setembro de 2025

CHUVAS DE SETEMBRO ▬ ANOS 2013 a 2025

 

CHUVAS DE SETEMBRO  ▬  ANOS 2013 a 2025

SÍTIO NEVES – BR 060 – KM 26 – DF -

Em milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2    

 MÊS                                      MM/MÊS           TOTAL/ANO/ MM

 2013                               –         40,25             2.255,6

2014                               –         31,8               1.677,5

2015                               –         39,3               1.642,7

2016                               -          16,6               1.921,7

2017                               ─         10;5               1.478,7

2018                               –          37,5               1.760.5

2019                               –          19,3                1.069.3

2020                               ─         14,7                1.787,8

2021                                ─        16,2                1.710.8

2022                               ─          63,5               1.279,2 

2023                               ─          28,2               1.323.4 

2024                               ─            0,0               1.770,9

2025                                          12,4                  526,2 (no ano)

 Durante 156 meses (doze anos), registro e publico os volumes de chuva, captados pelo pluviômetro autorizado pela Agência Nacional de Águas, na área da Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Lajes. É lamentável que mais da metade do bioma Cerrado esteja sendo desvirtuado. A regeneração de uma área, para o bom funcionamento de uma floresta, leva mais de 50 anos. Nos últimos 13 anos, o volume de águas do período chuvoso vem diminuindo alarmantemente, acompanhado de tempestades arrasadoras e letais em várias regiões do país.

O Sitio das Neves (700.000 m2) registrou, ao longo do mês de setembro, 12,4 mm ou litros. Nesses treze setembros, apenas em 2024, não se registraram chuvas. A irregularidade das chuvas indica que a mudança do clima não é apenas um alerta. É uma realidade! O acumulado de chuvas do ano de 2025, é de 526,2 mm (ou litros por m2), em média equivalente a 58,4/litros/mês ou 1,94 litros/dia por m2, na região da microbacia do Ribeirão das Lajes, no Distrito Federal. No Sítio Neves, esse volume por m2 corresponde a 1.360.800 litros dia retidos no solo, graças a intensa vegetação nativa. A função da vegetação nativa é manter a vazão das nascentes no período de estiagem, quando a umidade do ar baixa a menos de 30%.