terça-feira, 12 de dezembro de 2023

COMENDA MUSEU DA PEDRA FUNDAMENTAL DE BRASILIA

 

BREVE CURRÍCULO – PDERA FUNDAMENTAL.

 

Eugênio Giovenardi, 89, natural de Casca, RS.

É filósofo pela Universidade São Boaventura e sociólogo licenciado pela URGS E UNIJUÍ, RS.

Completou seus estudos na Universidade de Paris – França (1967-69) - e na Universidade Tecnológica de Loughboro (pronúncia: Lofboro), Inglaterra (1971-72).

Reside em Brasília desde 1972.

Consultor Técnico Principal aposentado da Organização Internacional do Trabalho, na Colômbia.

É acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico/DISTRITO FEDERAL e da Academia de Letras do Brasil. Recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura em 2003, Porto Alegre/RS. Publicou 27 livros, dos quais 12 são sobre ecologia. Dedica-se à ecossociologia do Cerrado. Colabora durante 49 anos com a regeneração de uma área de 70 hectares de Cerrado, denominada Biocomunidade Sítio das Neves. É a primeira área do DF, desde a inauguração de Brasília, a ser incluída, em caráter perpétuo, na reserva do Patrimônio Nacional, mediante assinatura de Termo de Compromisso pelo Presidente do Ibram/SEMA/DF.

Casado com a jornalista e tradutora finlandesa Hilkka Mäki. Tem uma filha, Aino Alexandra e duas netas, Luiza e Laura.


 ORAÇÃO DO COMENDADO

PEDRA FUNDAMENTAL – 14.12.2023

Felipe Vitelli Peixoto....

Hilkka, minha esposa, Aino, minha filha, Luiza e Laura, amáveis netas.

Amigos,

 A pedra fundamental de Brasília é o ânimo visionário que a impulsionou para superar paradigmas, modelos, protótipos, referências, horizontes e tempos.

Conheci Brasília em 1966. No raiar de um dia de outono, desembarquei do ônibus, na rodoviária vazia. Caminhei pelas ruas desertas. Mirei na Esplanada uma linha dupla de prédios e a Catedral. A burocracia e os anjos ainda dormiam.

Impressionaram-me os monumentos de concreto e cimento! Mas, o que me tocou profundamente os subterrâneos da mente foi o monumental silêncio das noites brasilianas. Elas me fizeram penetrar nos mistérios do tempo e do universo. Foi na quietude desse provocante silêncio que encontrei a porta da liberdade de pensar e de não ter medo da vida.

O punho erguido da libertação se conjugava com uma cidade ainda infante. Os passos dessa nova caminhada deixei impressos em meus primeiros livros – O HOMEM PROIBIDO e NO MEIO DO CAMINHO.

O silêncio do Cerrado me ensinou a Ouvir as Árvores. Ouço-as dizer que preferem a liberdade de se reproduzir e lançar ao vento suas sementes. Elas me revelaram os mistérios da árvore da vida da qual todos pendemos, humanos e não humanos, e me confidenciaram sua união estável e inseparável com o Olho d’Água.

Aceito e agradeço esta comenda.

Amigos, a Pedra Fundamental de Brasília é o ânimo visionário que incita o brasiliense a superar paradigmas, protótipos, referências, horizontes e os tempos da história humana e não humana que pende da árvore da vida.

 

Eugênio Giovenardi

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