segunda-feira, 29 de novembro de 2021

COMPORTAS DO LAGO PARANOÁ

 COMPORTAS DO LAGO PARANOÁ

No dia 24 de novembro a Companhia Energética de Brasília (CEB) determinou a vazão compulsória de 16 m3/s (16 mil litros/s) durante 18h para controlar volume de água da barragem. 16 mil m3 por segundo (ou 16.000 l/s) significa, em 18 horas, 1,036 bilhão de litros. A área do Plano Piloto (437 km2) é de 43,7 milhões de metros quadrados. Uma precipitação média de 230mm num mês (230 litros/m2), sobre o Plano Piloto, lhe oferece 10,08 bilhões de litros. Quase todas as vias impermeabilizadas do Plano Piloto descarregam rios de água ao Paranoá nos meses de chuva.
Qual seria uma opção ecológica, para manter boa parte dessa água gratuita na área denominada por Lúcio Costa: Escala Bucólica? Ao longo da Escala Bucólica, nas áreas verdes não edificáveis do Plano Piloto, às margens do Lago Paranoá, nas áreas disponíveis das cidades satélites, por que não construir, nesses espaços, uma centena de pequenos lagos, cercados de vegetação nativa, flores, com bancos para repouso, meditação e leitura? Não é esta a função repousante da Escala Bucólica?
Lagos de 50mx60mx0,80cm dão espaço para 2.400 m3 x 100 lagos, teriam a capacidade de reter 240.000 m3 (240.000.000 litros). Qual seria o benefício ambiental e artístico para o ecossistema, para a vegetação, para os pássaros, para a limpeza do ar, para melhorar a umidade, para o conforto do cidadão? Pensar não paga imposto nem pedágio.
No Sítio das Neves, do qual sou hóspede, esses lagos são substituídos por pequenas barragens que captam, detêm e amenizam o clima. Dessedentam a vegetação, os pássaros, os bichos. Árvores felizes tornam feliz o planeta.
Em época de escassez hídrica, qualquer gota alivia a sede.
Seis meses de chuvas descarregam 1.200mm ou 1.200 litros de água por metro quadrado sobre o Plano Piloto. Isto representa, só para o Plano Piloto um volume de 52,464 bilhões de litros/ano.
A água que, em boa parte, podia ficar por aqui, desce morro abaixo.
Pequenas barragens que retêm água da chuva (Foto Eugenio Giovenardi, Sítio das Neves)

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