SABIÁS DA 406 SUL
Os animais, todos, trazem orgânica e biologicamente em si o potencial virtual para fazer e repetir as qualidades de seus genitores.
Os humanos reproduzem por imitação e alguma criatividade a cultura do grupo familiar e social.
As aves, como o sabiá, recebem no ninho a partitura de seu canto. Seus pais estimulam os filhotes repetindo a ária para ser imitada. Acompanho o canto dos sabiás, nas árvores da minha quadra 406 Sul e no Sítio das Neves, pousados à beira do riacho ou nas mangueiras. Sabiás urbanos e rurais.
O sabiá da 406 Sul adotou todos os costumes urbanos. Dorme pouco e canta muito. Canta às 6 h da tarde para saudar a Lua e despedir-se do Sol. Canta à meia-noite para anunciar o começo de outro dia. Canta às 4 h da manhã e conversa amenidades com o marido e filhotes. Canta de novo às 5h30 uma longa e interminável melodia protestando contra os milhares de carros que atravessam a L-2.
Os sabiás rurais, como bons camponeses, dormem cedo e acordam cedo. Aprenderam com as árvores em plena escuridão que a noite é para dormir.
Sabiás vivem em diferentes países, urbanos e rurais. Na Itália é o Tordo, em Portugal é a Cotovia, na França é o Tordo (com acento no ô final), em países de língua espanhola é Ruiseñor, na Finlândia é Cem Línguas pela variedade de tons.
Em todos esses países, os sabiás terão se adaptado aos costumes urbanos e rurais de seus admiradores.
Canta sabiá! A vida é um canto milagroso!
6.10.2021
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