PROJETO
OLHO D’ÁGUA
RELATO
DE EXECUÇÃO
SÍTIO DAS NEVES - DF
INTRODUÇÃO
O projeto Olho d’Água começou em 1980, no Sitio das
Neves,. com a finalidade de proteger uma área de 70 hectares do bioma Cerrado.
Localizada à margem esquerda da Rodovia BR 060, direção Brasília Goiânia, na
altura do Km 26, no perímetro do Distrito Federal. Integra a bacia hidrográfica
do Rio Santo Antônio do Descoberto e a micro bacia do Ribeirão das lajes..
A área total do DF é de 582.200 hectares (5.822 km2).
Segundo o plano de ocupação regional do DF, 80% (450.000 ha) seriam reservados
às atividades rurais, reflorestamento, preservação de nascentes e cursos de água,
e 20% (132.000 há) à urbanização ( serviços, habitação, educação, comércio,
lazer, rodovias).
Atualmente, a urbanização absorve 60% (348.000 há),
restando para o rural, 40% (234.200 ha), com tendência galopante a se reduzir
ainda mais a área rural.
Essa inversão do uso do solo desencadeou um processo
de desertificação do Cerrado, com eliminação de nascentes, desmatamento
indiscriminado, perturbação dos aquíferos subterrâneos por meio de poços
tubulares, impermeabilização de grandes áreas, causando assoreamento do Lago
Paranoá, de rios e córregos de imensa área adjacente do Distrito Federal.
Sob o aspecto ecológico e ambiental, o Projeto Olho
d’Água propõe-se, de forma continuada, a preservar essa área de 70 hectares de
Cerrado (700 mil metros2), denominada Sítio das Neves, mantendo suas
características originais de fauna e flora.
A preservação ecológica e ambiental tem, portanto,
caráter contínuo a fim de proteger a área de ocupações inadequadas e
prejudiciais à natureza, seguindo orientações técnicas e científicas sobre a
fenomenologia climática.
A preservação da área mencionada se estende por quatro
décadas, com práticas de contenção e detenção das águas pluviais, por meio de
barragens simples de pedra ou barragens-castor (galhos secos e terra de cupim),
de tamanho adequado à declividade do terreno e ao volume, peso e velocidade da
água. O desenvolvimento vegetal e a recuperação da biodiversidade são
resultados que podem ser comprovados.
As matas ciliares dos córregos perenes que nascem na
propriedade, Córrego Capão Azul, Córrego da Onça e as das nascentes
intermitentes se ampliaram geometricamente. As matas de galeria dos vários
cursos de água se ligaram umas às outras. As águas pluviais contidas e detidas
nas barragens, sombreadas pelas matas de galeria, permanecem durante todo o
período seco. A umidade mantida nessas áreas modifica lentamente o ambiente e
fortalece as nascentes perenes e estimula as intermitentes.
Conseguiu-se, ao longo de três décadas, aumento dos
índices de umidade com o armazenamento de água nos quatro aquíferos:
− aquífero radicular, volume de água contida nas
raízes das árvores, plantas e gramíneas, graças ao sombreamento da vegetação.
− aquífero vegetal, volume de água contida nos
troncos, galhos e folhas das árvores, em consequência da captação de umidade do
solo pelas raízes.
− aquífero superficial, volume de água que brota das
nascentes e forma córregos e rios, alimentado pelas barragens de contenção das
águas da chuva.
− aquífero subterrâneo, volume de água estocada entre
as camadas de rocha, preservado pela recarga das precipitações que se infiltram
no solo e percolam até os mares interiores, graças ao repouso das águas nos
lagos temporários resultantes das barragens.
A captação de água no Sítio das Neves atende a todas
as necessidades de consumo humanas, criação de pequenos animais e produção de
legumes e frutas.
O volume diário de captação e uso da água no Sítio das
Neves foi determinado por um ato administrativo de outorga da água pela ADASA.
Segundo cálculos técnicos, a vazão diária, no período de estiagem, da nascente
de captação é de, aproximadamente, 30 mil litros de água. O consumo autorizado
monta a 2.000 litros diários. A captação de água é feita por gravidade num
percurso de 750 metros.
Graças aos resultados obtidos até o momento, a ADASA
concedeu ao Sítio das Neves, em ato público, o PRÊMIO GUARDIÃO DA ÁGUA, no Dia
Mundial da Água, em 22 de março de 2010. Instituto Brasília Ambiental (Ibram), após
o georeferenciamento, por satélite, concedeu o registro do CAR (Cadastro Ambiental
Rural), da Reserva Legal e determinação de Áreas de Preservação Permanente
(APP).
Sob o aspecto educativo, por meio de parcerias com
ong’s ambientalistas, palestras em colégios e universidades, publicações na
mídia e visitas guiadas, propõe-se despertar nas crianças e pesquisadores o
apreço pela natureza e a possível reprodução do processo de preservação em
curso por outros proprietários de terra, agricultores ou não.
O projeto Olho d’água está aberto a pesquisadores de
universidades e institutos ou centros de pesquisa ambiental, alunos e
estudantes, funcionários e técnicos de secretarias de agricultura com funções
de extensão e educação rural.
O acesso à sede da propriedade é feito por estrada de
chão de 1.100 metros de extensão, a contar da porteira de entrada. A
conservação da via é feita manualmente.
As terras da propriedade são banhadas por três cursos permanentes
de água. Ao sul, pelo Ribeirão das Lajes, integrado à bacia do Rio Santo
Antônio do Descoberto, a Leste, pelo Córrego Capão Azul e, a Oeste, pelo
Córrego da Onça.
Os córregos que nascem nas terras do Sítio das Neves
têm uma extensão de aproximadamente 1.200 metros e desembocam no Ribeirão das
Lajes.
Até o presente momento, os custos da preservação
ambiental, incluindo a construção de barragens, de aceiros e proteção das
nascentes, do transporte de material, do combustível e placas de avisos são
sufragados pelo proprietário.
As principais despesas se referem à construção e
manutenção de barragens, classificação de plantas, aves e animais selvagens,
comunicação e combustível.
Atualizado 5.11.2020
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Eugênio Giovenardi
RG: 139.828 SSP/DF
CPF: 090.928.381-87
Fone: 61 9981 2807
blog: www.eugeobservador.blogspot.com
Endereço:
SÍTIO DAS NEVES
– Rodovia BR 060, Km 26 – DF
Registros Institucionais:
Código do imóvel rural
(INCRA) - 9410180282315
Código da pessoa (INCRA) -
014353407
Certificado de Cadastro de
Imóvel Rural (CCIR) - 04132124057
Número do Imóvel na Receita
Federal (Nirf) - 3407896-7
Obras do autor sobre o tema ambiental:
1) Os pobres do campo, Tomo Editora, 2004, Porto Alegre.
2) O retorno das águas, Editora Ser, 2005, Brasília
3) A saga de um Sítio, LGE, 2007, Brasília:
4) Ecologia - Prosperidade sem destruição
5) Ecossociologia - Relações do ser humano com a natureza
6) Reencontro - o que aprendi da natureza
7) As árvores falam -
8) Uma obra em verde - Economia humana
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