(Zero casualidades. É para valer)
As ameaças à vida humana e, por consequência, a
grande parte da biodiversidade vegetal e animal, vêm da criatividade
tecnológica da espécie homo, há milhares de anos, e de seu uso. Da invenção da
roda ao chip, os problemas que essas inovações nos armam nem sempre têm
soluções adequadas à felicidade humana.
Os adoradores da tecnologia creem que essa divindade
resolverá indefinidamente todos os problemas que a espécie humana cria ao longo
do tempo. Ouve-se que não faltara comida nem água para os 11 bilhões de pessoas
que estarão vivas em 2100. Mais de cinquenta cidades e o DF têm o fornecimento
de água racionada em 2017. Os dados da fome, conhecidos hoje, nada asseguram
sobre a futura abundância.
Estamos perdendo o controle no uso da tecnologia. A
começar pelo aumento da população humana. Máquinas de todo tipo para todas as
necessidades e desejos criados pela propaganda engenhosa estimulam a reprodução.
A tecnologia supõe educação e evolução na escolha de comportamentos para a convivência
humana.
Sexo não é sinônimo de maternidade ou paternidade. É
um mecanismo de reprodução, mas a procriação dos seres vivos está relacionada a
alimentos existentes ou em potencial na natureza. E esses bens serão sempre
limitados. Portanto, não é a tecnologia que resolverá o uso de bens limitados
se o número de consumidores não for contido.
Quem e quantos são os consumidores? Bilhões de
árvores, bilhões de animais de terra e água, bilhões de insetos e pássaros e 7,
4 bilhões de humanos a caminho dos 11 bilhões.
Já não temos controle sobre os aparelhos que a tecnologia
projetou. Nem os pais controlam seu celular nem o dos filhos. Quem projetou as
redes de comunicação não tem controle sobre elas. Quem decide quando e como os aparelhos
eletrônicos devem funcionar responde pelo nome de doutor sistema. Sai e volta
quando quer.
Quem projetou bombas, metralhadoras e tanques não controla
seu instinto assassino e o número de mortos se conta aos milhares por dia. O
descontrole irreprimível no uso da tecnologia levará a espécie humana à extinção.
Provavelmente o córtex cerebral não tenha tempo suficiente para abrigar os novos
passos da evolução.
A tecnologia não tem solução para deter os fenômenos
naturais com bilhões de anos de experiência e constância. Raios, tornados,
tempestades, ventanias, secas desafiam nossa criatividade tecnológica. Não é
com mais gente que enfrentaremos os fenômenos da natureza. Nem será com mais
alguns bilhões de seres humanos que aumentaremos os bens limitados do planeta.
Ou tomamos consciência de que nossa grandeza de
seres vivos consiste em nos adaptar à realidade de bens limitados à
sobrevivência ou desapareceremos sem causar prejuízos ao planeta e ao universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário