Hilkka
Máki, jornalista, e eu, Conselheiro da OIT, na Colômbia, em1989, decidimos
conhecer Macondo. Atravessamos a Cordilheira dos Andes entre vales e
precipícios. Chegamos a Aracataca, país do Macondo. Ruas do tempo da colônia
bolivariana da Grande Granada. Sentamos num enorme bar de esquina ao som de um
vallenato. Muitos olhares das mesas vizinhas. Carajo, daqui. Hijo de madre,
dali, corriam histórias e gargalhadas. Quem não é queimado do sol tropical é
americano do Norte.
A
jornalista se diz finlandesa. Eu, brasileiro. As mesas se juntam. As saudações tímidas
se tornam velhas amizades.
– Macondo
es esto, respondeu um deles à pergunta de Hilkka. Es un estado del alma
colombiana.
Não
passaram cinco minutos, aqueles cinco ou seis colombianos que bebiam no bar por
volta das 11 horas se diziam amigos de Gabo desde a infância. Trepavam nas
mangueiras, pulavam muros para colher granadilhas no quintal dos vizinhos,
metiam-se em domingueiras brigas de futebol.
Era
um menino pobre o Gabriel como a maioria dos meninos da época. Uma avó o levou
a Barranquilla para estudar. De onde tirou esse nome Macondo? Ninguém sabia.
– Macondo
es esto: Aracataca, repetiu um senhor mais velho. E será sempre Macondo,
concluiu, com a aprovação sorridente dos companheiros de bar.
O
amigo de infância deles, Gabriel Garcia Marques, Gabo, morreu. Fica o AMOR EM
TEMPOS DE CÓLERA.
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