(Não corte! Plante árvores!)
BIODIVERSIDADE E MONOCULTURA
Água
e plantas são as raízes da biodiversidade. Com abundância de água e intensidade
vegetal, a biodiversidade se ativa, se regenera e se multiplica.
A
devastação do Cerrado e a consequente diminuição da água são o começo do deserto.
Deserto e biodiversidade são antagônicos. A vazão do Rio São Francisco passou
do conhecido volume de 3.000 m3 por segundo para os atuais 900 m3.
Milhões de árvores tombaram e a principal nascente secou em 2014.
Essa
forma eficaz de produzir desertos iniciou-se há 10 mil anos. A substituição de
florestas por campos de cereais e a domesticação de animais inauguraram a era
das monoculturas. E a mais desastrosa das
monoculturas para a ecologia planetária é a da espécie humana.
Outra
forma atualíssima de desertificação é a urbanização crescente para abrigar a
monocultura humana. A população do Distrito Federal passou de 140 mil em 1960
para 2,9 milhões em 2014. Nascem 120 crianças por dia no DF e a população é
acrescida anualmente de 45 mil novos habitantes, o equivalente a um Núcleo
Bandeirante. É uma das razões do caos administrativo da cidade. Milhões de
árvores deram lugar a casas e milhares de nascentes foram soterradas e
extintas. O lixo se espalha por toda parte.
Onde
se associam a monocultura vegetal, a animal e a humana, a biodiversidade
diminui e a esterilidade ambiental se estabelece.
O
desequilíbrio ecológico e ambiental afeta a interdependência dos seres vivos.
Os predadores naturais, que garantem o equilíbrio biológico, são extintos. As
bactérias e os vírus mais destemidos assumem o poder. O mosquito da Dengue
espalhou por vários estados do Brasil o alerta da microcefalia.
No
Distrito Federal, a monocultura é representada pelo superpovoamento humano e
pela urbanização devastadora que são também causas da desigualdade ecológica com
a extinção de espécies vivas.
O crescimento
zero da economia, a racionalidade do consumo de bens oferecidos pela natureza e
o caminho da prosperidade com preservação ambiental só são possíveis com o
crescimento zero da população. Com menos população é mais fácil conservar as
florestas, ter acesso à água e melhorar a qualidade de vida urbana.
Quer
fazer?
Limitar
criteriosa e severamente as áreas urbanizáveis do DF e apoiar um rígido e
democrático planejamento familiar entregue à organização competente de
mulheres.
Reorientar
as empresas agrícolas e cooperativas para o uso de tecnologias de produção de
baixo consumo de água e zero uso de produtos químicos tóxicos no cultivo de
cereais preservando cortinas ou corredores vegetais nativos para assegurar a
recarga dos aquíferos.
Desestimular
a bovinocultura extensiva em razão dos danos causados ao solo do cerrado pelo
pisoteio do gado e por serem as pastagens ineficientes na recarga dos
aquíferos. O Planalto Central não é apropriado a grandes rebanhos e seu solo se
esgota com animais consumidores de bilhões de metros cúbicos de água.
Dessa
maneira, ataca-se a origem da desertificação e privilegia-se a biodiversidade,
ao mesmo tempo especial e generosa, deste berço das águas.
As
creches, as escolas, as universidades, as praças, os parques e as ruas são o
espaço natural para se comprometer com o GRITO REVOLUCIONÁRIO DO SÉCULO 21: PLANTAR
ÁRVORES!
29.11.2015
De Olavo Bilac
Velhas árvores
Velhas árvores
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores mais moças, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Do que as árvores mais moças, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!