Na primeira eleição,
Eles se apresentaram
À porta de nossa casa.
Trouxeram uma flor e,
Sem medo do cão de guarda,
A plantaram no jardim
E feliz a gente aceitou.
Na segunda eleição,
Com atabaques e guitarras,
Reclamaram nossas flores,
Levaram nosso cão
E nós achamos bom.
Até que na terceira eleição,
O mais astuto dentre eles
Entrou sozinho em nossa casa.
Adonou-se de todos os
pertences
Da sala, da cozinha, da
varanda e,
Conhecendo nosso medo e
covardia,
Trancou-nos a voz na
garganta.
E porque felizes aceitamos
E achamos muito bom,
Fez-nos inquilinos desta casa
Que ele diz ter construído
Sobre um vasto chão vazio
Sem ajuda de ninguém.
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