quarta-feira, 26 de setembro de 2018

ALDEBARÃ - 24. E DEPOIS




24. E depois


Chegamos depois, Aldebarã. Quanto tempo depois? Eu cheguei bilhões de anos depois que as células se multiplicaram no brejo original. Antes de mim, o pantanal terráqueo se povoou de vermes, batráquios, lagartos, sáurios gigantescos, liquens, musgos, cogumelos, pássaros, quadrúpedes e habitantes de árvores frondosas.
Meus antepassados chegaram depois, Aldebarã. Desceram prudentemente das árvores. Benditas mãos que colheram macios brotos, suculentos frutos e registraram nas cavernas, em cores indeléveis, as primeiras recordações da história universal.
Tempos depois, Aldebarã, nas peripécias dessa aventura, na companhia de tigres, ursos, lobos e leões, subindo montanhas e descendo vales, aprendemos a caçar e a matar. E dessa batalha pela vida, o homem tornou-se o lobo do homem, O sangue manchou a mão que colhia os frutos na primavera. Aprendemos a cultivar vidas para nos alimentar de vidas. A nossa grandeza e a nossa baixeza. Saímos do brejo, mas o brejo não saiu de nós.
Experimentamos a altura das árvores, Aldebarã, mas a lama do pantanal não apaga a origem humilde e frágil da vida.

“...o Homem, com todas suas nobres qualidades...com seu intelecto divino...., com toda a exaltação de suas faculdades, traz sempre em sua estrutura corporal a marca indelével de sua baixa origem.” (Charles Darwin, A origem do homem, 1871)

Depois, milhões de anos depois, Aldebarã, os sorrisos e as lágrimas, as alegrias e os sofrimentos, as esperanças e os desenganos seguem seu curso na cadência dos dias e das noites. E depois, Aldebarã?

O contrário dos tempos de rapaz
Os desenganos vão conosco a frente
E as esperanças vão ficando atrás.
(Pe. Antonio Tomaz, Contraste)



sexta-feira, 21 de setembro de 2018

ESSENCIAL, URGENTE


ESSENCIAL, URGENTE

Nas últimas décadas, candidatos à administração dos serviços que satisfaçam às necessidades da população crescente do Brasil, confundem sistematicamente o que é essencial, necessário, importante e urgente.
O crescimento econômico (PIB, empregos, impostos, megassafras, automóveis, etc) é mencionado por todos os pretendentes como urgente. É essa decisão equivocada que soterra o essencial. O essencial é a sobrevivência da biodiversidade em nosso planeta, da qual fazemos parte. Não é a população de javalis que esgota as riquezas da natureza. É o crescimento demográfico aliado ao aumento das necessidades naturais e artificiais da população humana que esgota o planeta.
Exemplo: a água do Centro-Oeste era suficiente à população ali residente antes de Brasília. Hoje, centenas de cursos de água morreram e não ressuscitam mais, impondo-se o racionamento.
Sem água, nada se sustenta. Sem árvores, as nascentes não se sustentam. Sem nascentes, os rios secam. Sem rios, as represas secam. Sem água limpa, a população adoece. Um novo olhar sobre a natureza poderá salvar nascentes, árvores, bichos e pessoas. Voltar à natureza deve ser um dos efeitos da educação ambiental.
21.9.2108 – dia da árvore, amiga da água.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

107. Loucura


107. Loucura


Perguntas-me, Aldebarã, por que um cidadão quer tornar-se presidente de um país. Também achas que a loucura invadiu as fiações do cérebro de quem pretende impor as próprias ideias, a pretensa liderança, seu complexo de inferioridade travestido de autoridade?
Ouve-se o ministro dizer, diante de contestações ou críticas à deterioração da natureza, que é ordem do presidente. Mais insólito é dar poder ao continente da autoridade inquestionável dando personalidade ao palácio do governo de turno. A determinação de se fazer ou desfazer isto ou aquilo, Aldebarã, é do Palácio da Alvorada, do Supremo Tribunal Federal ou da Suprema Corte. Quem pode contra esses monstros de concreto armado?
 Quem pretende ser a máxima autoridade de um país, Aldebarã, perde sua liberdade e ameaça a de milhões de subordinados. Ao aceitarem o insólito poder do príncipe, os súditos abdicam de ser livres.
Quem precisa de um presidente para ser feliz, abraçar uma árvore, admirar-se do voo das andorinhas ou ouvir o canto dos pássaros de nossas florestas?

"Para se ter alguma autoridade sobre os homens, é preciso distinguir-se deles. É por isso que os magistrados e os padres têm gorros quadrados."
( Voltaire






domingo, 16 de setembro de 2018



O PASSO ELEITORAL


Um novo olhar sobre a natureza pode mudar a convivência da espécie humana no âmbito da biocomunidade universal. Somos parte da biodiversidade, não donos do planeta, casa da vida.
Nem Ciro Gomes, casado com a representante do agronegócio, nem Bolsonaro, unido à força armada, nem Alckmin e seu confuso centro, nem o terceirizado do Lula, Haddad farão algo diferente do que vemos hoje.
Poucos sabem ter um novo olhar sobre o futuro da vida no planeta. Não há um candidato desses mencionados que aponte as dificuldades que afetarão a vida no planeta daqui a cinco anos, quando metade das cidades brasileiras terão restrição de água e muitas delas alagadas por tempestades.
Amanhã, direi da loucura de quem pretende ser presidente de um país.
15.9.2018


segunda-feira, 3 de setembro de 2018

TRAGÉDIA CULTURAL E AMBIENTAL



TRAGÉDIA CULTURAL E AMBIENTAL


A tragédia que incinerou o Museu Nacional (RJ) faz parte da tragédia ambiental que assola a natureza brasileira fonte de toda a memória cultural, e não é de hoje.
A economia brasileira vive de desmatamento, de eliminação de nascentes, de poluição de águas de rios e mares.
A pior tragédia ainda está por nos humilhar e indignar.
Somos todos responsáveis! Desde 1500.