Aos jornalistas,
Thais Paranhos
Almiro Marcos
Estou
acompanhando as reportagens e análises publicadas no CB.
Excelente iniciativa
jornalística. A degradação ambiental no DF é de entristecer os que compreendem
o bioma Cerrado, frágil, belo e castigado pela invasão descontrola e pela
indústria da construção sem rumo.
Segundo o plano de ocupação regional do DF, descrito no
projeto urbanístico de Brasília, da área total dos 582.200 hectares, 80%
(450.000 ha) seriam reservados às atividades rurais, reflorestamento,
preservação de nascentes e cursos de água, e 20% (132.000 ha) à urbanização
(serviços, habitação, educação, comércio, lazer, rodovias).
Atualmente,
segundo dados oficiais, a urbanização e áreas agregadas absorvem 60% (348.000
ha), restando para a rural, 40% (234.200 ha), com tendência galopante a se
reduzir nos próximos anos. Parques, APAs e APPs não foram considerados pelo
IBGE como área rural, fato que distorce a informação sobre área urbana e rural.
Essa inversão
gradativa da destinação do uso do solo desencadeou um processo de
desertificação do Cerrado, com eliminação de nascentes, desmatamento
indiscriminado, perturbação dos aquíferos subterrâneos por meio de poços
tubulares, impermeabilização de grandes áreas, causando assoreamento do Lago
Paranoá, de rios e córregos na imensa área adjacente ao Distrito Federal.
As reportagens mostram essa tendência inversa pela
mudança de destinação de áreas. Seria oportuno comentar sobre áreas de
preservação permanente, mantidas por iniciativas individuais ou familiares, com
a precípua finalidade ecológica de manter espaços de cerrado originais,
rústicos, de vegetação nativa e cursos de água protegidos.
O CB publicou, em 8 de janeiro de 2013, boa matéria sobre
captação, contenção e detenção de águas pluviais em meu Sítio das Neves que
mantenho há 40 anos. Há, felizmente, outros cidadãos que adquiriram áreas de
cerrado para preservação radical, usando mínima parte para horta e frutas, aves
domésticas livres para atrair outras aves e animais selvagens em harmonia
relativa.
Creio que valha a pena dar alguma ênfase a esse trabalho
ecológico e ambiental para contrabalançar essa desertificação coordenada pela
ignorância e ganância irracional.
Meus livros RETORNO DAS ÁGUAS, A SAGA DE UM SÍTIO, AS
ÁRVORES FALAM e ECOLOGIA – catecismo da austeridade ou nova forma de
prosperidade – vão nesse rumo.
Parabéns pela iniciativa.
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