Cedo ao impulso de dizer sem presunção
que dediquei mais de quarenta anos à preservação da vida vegetal e animal, do
ambiente e das águas, no Sítio das Neves, área de cerrado no Planalto Central.
Quem e quantos, no Distrito Federal e no
Brasil, realizam ações concretas que propiciem a regeneração de um bioma ou
parte dele? Sou um deles.
Quem e quantos desenvolveram um sistema
planejado de recuperação de áreas degradadas com proteção de espécies nativas
originais? Sou um deles.
Quem e quantos se preocupam com a
captação de águas da chuva para recarga dos aquíferos e fortalecimento de
nascentes, numa bacia hídrica integral, com barragens em todos os canais de
esgotamento? Sou um deles.
Quem e quantos podem exibir resultados
ao longo de 40 anos? Sou um deles.
Infelizmente, não possuo informações
sobre esses ecologistas que, como eu, compreenderam os equívocos do crescimento
econômico destruidor da natureza.
Sei que há bons exemplos nos quintais
urbanos de paisagismo e cuidados para integração de fauna e flora. Que há
estímulos do governo para pequenos grupos de agricultores, estimulando-os a
gastar menos água no processo produtivo, depois de esgotarem as nascentes e a terra.
Quem do PV ou ONGs ambientais tem
projetos ou planos ou programas em desenvolvimento que possa demonstrar?
Ibama, Fundação Chico Mendes, Ibram,
Semarh, Ministério do Meio Ambiente, além de atos políticos e legais, quais
iniciativas poderiam indicar como exemplo possível de somar-se aos que se dedicam à
proteção ambiental?
O Sítio das Neves, no Distrito Federal,
é uma iniciativa cidadã, particular, sem ajuda do erário público nem da
orientação governamental. É um investimento para o futuro ambiental do Planalto
Central.
Meu trabalho garante 700.000 litros de
água diária, à noite, sobre a vegetação do Sítio graças ao orvalho que sobre
ela se acumula.
Liberei esta área de 70 hectares da
especulação imobiliária e do primitivo e irracional processo de produção de
alimentos.
Garanto água limpa e abundante, que
brota de nascentes e alimenta córregos para os próximos séculos, se as
queimadas, os poços tubulares ou artesianos não esgotarem os aquíferos da
região.
Tenho a oferecer uma universidade
vegetal a estudiosos, a amantes da natureza, a cidadãos que desejam preservar o
que temos de essencial no país: árvores e água.
Passados quarenta anos de experiência e
atos de preservação, posso, com segurança, aconselhar governos a criarem
milhões de empregos verdes ao longo de rios, ao redor de mananciais e às
margens de milhares de quilômetros de rodovias para proteger mais de 500
cidades anualmente vítimas de alagamentos ou de represas exauridas pela devastação de florestas.
12.7.2014
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