Há evidências flagrantes de que a sobrevivência e a destruição da espécie
humana repousam sobre a frágil linha de sua capacidade inventiva.
A invenção do avião permite ao ser humano buscar em qualquer parte do
planeta a solução de dificuldades. Leva ou traz alimentos para se manter vivo.
Outra invenção de origem caçadora e assassina pode derrubar o avião, incendiar
navios, demolir cidades inteiras, arrasar o ambiente que o acolhe.
A simples pedra lançada outrora pela funda e, hoje, o míssil de longo
alcance dão ao ser sapiens a perigosa alternativa de viver ou morrer. De
sobreviver ou de perecer. De ser feliz ou de desesperar-se.
Nunca, talvez, como nesta época, a função cerebral da inventiva seja tão
ameaçadora. A inteligência do ser humano é seu principal desafio na travessia
de mares e abismos no caminho da sobrevivência.
Como o homo sapiens não depende só de um alimento, como o tamanduá de
formigas, para sobreviver procura distintas oportunidades e as transforma em
alimento. Esse oportunismo lhe garante distintos ingredientes para seu almoço. Diversificou,
ao longo da história, a quantidade e a qualidade da caça, ora aqui, ora ali, no
inverno ou no verão.
Uma das fraquezas da espécie sapiens é não dar atenção aos limites. O oportunismo
do caçador esbarra na possível e provável extinção da caça limitada. A caça pode
durar um tempo indefinido, mas tudo acaba.
As invenções que podem assegurar a vida, melhorá-la e dar-lhe alegrias estão
causando ao mesmo tempo, sofrimento e mortes.
O açougue da espécie humana abate diariamente milhares de vidas sem dó, sem
nojo do sangue de corpos despedaçados. O instinto assassino da espécie humana frequentemente
se sobrepõe a sua capacidade de dialogar. A palavra é a melhor forma de superar
o fuzil.
22.7.2014
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