(Foto: Sítio das Neves, flor da Falsa Íris. Eugênio Giovenardi)
Há quarenta anos, nos primeiros quinze dias de julho,
esperava-se a chuva da manga ou do caju. Tempo frio. Roupas de inverno. Meias
grossas.
O céu se cobria de nuvens finas e escuras. Fechava-se
pouco a pouco. As primeiras gotas não chegavam ao chão. Evaporavam-se no ar
ressequido. Aos poucos, a quase neblina se esparramava com suavidade sobre a
vegetação sedenta.
Nos últimos anos, não foi rotineira a chuva da manga
sobre as mangueiras floridas. Com bastante atraso, nos derradeiros dias de julho
deste ano, na região sul do Distrito Federal, caiu a chuva da manga. Poucos
milímetros.
O terreno preparado com vegetação abundante para
receber a chuva, o pouco somado tornou-se muito. Três milímetros sobre 700 mil
metros quadrados, no Sítio das Neves, somam 2,1 milhões de litros de água sobre
a vegetação.
A alegria foi geral. Dançaram as folhas das árvores.
Cantaram as seriemas e as saracuras. Coaxaram sapos e rãs à beira do riacho. A
felicidade vegetal inundou o cerrado.
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