O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, em seu auditório situado à EQ 703/903, no Plano Piloto, com a participação de especialistas da UnB, a cooperação ativa da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) de órgãos públicos, instituições ambientalistas, empresas privadas e Associações de Moradores de Brasília, promoverá, no dia 19 de março de 2015, a partir das 19h, o SEMINÁRIO ÁGUAS ACIMA.
O SEMINÁRIO ÁGUAS ACIMA, iniciativa preparatória ao
8º. Fórum Mundial da Água que se realizará em Brasília, em 2018, tem por
objetivo iniciar um ciclo de debates sobre investimentos necessários águas
acima para preservação dos mananciais que justifiquem investimentos águas
abaixo com múltiplas tecnologias de captação e detenção de águas pluviais na área
urbana e rural.
Desde sua criação, em 1964, O IHG/DF acompanha e
registra os fatos históricos da população que se instalou no espaço geográfico
do Planalto Central atraída pela construção de Brasília. Uma bucólica área do
cerrado se transformou, em 55 anos, numa metrópole de mais de 4 milhões de
habitantes.
Preocupado com as irregularidades climáticas que
atingem o Centro-Oeste, e especificamente o Distrito Federal, o IHG vem
discutindo e propondo medidas estratégicas para a preservação ambiental
inclusive da cidade-parque idealizada pelo Dr. Lucio Costa.
A ocupação das novas terras, ao longo dos anos, não
atentou ao rigor do planejamento da expansão urbana. O impacto do crescimento
da população no DF se fez vigoroso sobre o bioma cerrado. Provocou mudanças
ecológicas e ambientais irreversíveis. Reduziu a biodiversidade regional pelo
crescente desmatamento e defaunação.
A área por habitante que, em 1960, era de 40 mil m2,
reduziu-se, em 2015, para 2.000 m2. É nesta exígua área que se
alimentam e vivem todas as formas de vida: plantas, animais selvagens e
domésticos e a população humana. O rápido crescimento da população criou
dificuldades quase insuperáveis ao controle da expansão urbana, do transporte
público e demais serviços de educação e saúde.
A denominada “crise hídrica” que afeta milhões de
pessoas das três maiores metrópoles do Sudeste e dezenas de outras cidades
torna a estratégia de abastecimento de água uma prioridade a ser seriamente
considerada.
O consumo atual de água da população do DF atinge cerca
de 520 milhões de litros/dia com tendência a aumentar nos próximos anos em
razão do crescimento anual da população da ordem de 44 mil habitantes,
correspondendo ao tamanho de um Núcleo Bandeirante.
Grandes investimentos projetados e realizados águas abaixo
se revelaram insuficientes para atender às necessidades de consumo da
população. Raros e de pouca monta são os investimentos águas acima para
proteger a vegetação nativa e as nascentes de água. A agonia temporária da
principal nascente do Rio São Francisco foi um clamoroso alerta para a
necessidade de se realizarem investimentos maciços e de longo prazo águas
acima.
Diante das irregularidades climáticas, a real
dificuldade, em futuro próximo, de acesso à água para os habitantes do DF, poderá
ser minorada se um vigoroso plano de preservação ecológica for levado a efeito
pelos órgãos responsáveis com o apoio e o interesse da sociedade brasiliense e
dos meios de comunicação.
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