O IHG/DF promoverá, no dia 19 de março, a partir das 19 h, em sua sede à EQ 703/903 Sul, a realização do SEMINÁRIO ÁGUAS ACIMA – PRESENTE E FUTURO DAS NASCENTES – da série de debates sobre NATUREZA.
As dificuldades de abastecimento de água
à população, em metrópoles do Sudeste e em dezenas de cidades no país, aliadas
às enchentes e inundações, são apresentadas aos cidadãos como consequência de
uma “crise hídrica” originada de mudanças climáticas bruscas.
O DF, como parte do Planalto Central, é
o berço das águas que sustentam a vida ao Norte, ao Sul e ao Nordeste do país
banhando o Centro-Oeste. O DF está, portanto, no início dos cursos de água. Ao
descuidar e ao interromper o início das águas, em consequência, serão afetados
os fluxos a jusante ou simplesmente secam. Não se mostraram suficientes os
investimentos águas abaixo. São necessários investimentos inteligentes águas
acima na direção das nascentes.
A ocupação das terras do DF e das
regiões circundantes alterou profundamente o bioma do cerrado. Devastou mais da
metade da vegetação nativa. Reduziu a biodiversidade. Expulsou vidas nativas.
Soterrou centenas de nascentes provocando a mortalidade infantil das águas em
seu berço.
A gravidade da crise hídrica é melhor
compreendida com simples contas aritméticas que nem os cidadãos, nem os
especialistas, nem os administradores públicos, nem as empresas privadas
costumam fazer.
A população do DF passou de 140 mil
(1960) com uma área disponível por habitante de 4 hectares para 2 milhões e
oitocentos mil, em 2014. A área disponível por habitante reduziu-se para um
quinto de hectare ou 2.000 metros2. Abriu-se o caminho da
desertificação do cerrado, consequência do crescimento descontrolado da
população e de uma gestão urbana equivocada.
A população atual do DF é acrescida
diariamente com o nascimento de mais de 120 crianças, perfazendo um aumento
anual de 44 mil novos habitantes, correspondente ao tamanho do Núcleo
Bandeirante.
Ao nascer, cada criança precisa de água.
Segundo a OMS, o volume mínimo ideal é de 110 litros por dia. Diariamente, o
GDF deve providenciar para esse grupo de crianças 13 m3 a mais. Ao
final do ano, os 44 mil novos habitantes terão consumido 1 milhão 766 mil m3.
Este volume consumido de água se repete anualmente. É o aumento da população
que exige mais e mais água não só para uso individual, como também para
produção de alimentos e todos os demais serviços públicos de educação, saúde,
infraestrutura, comércio e indústria.
Milhares de nascentes de água deixaram
de existir e não abastecem mais as represas que custaram milhões de reais.
Restam as águas da chuva e dos aquíferos subterrâneos. As águas da chuva
encontram vastas áreas impermeabilizadas pela urbanização, estradas,
estacionamentos, áreas desertas e não conseguem infiltrar-se para recarregar os
aquíferos esgotados por poços artesianos. Centenas de poços artesianos e
tubulares secaram nos condomínios por falta de recarga.
Mais grave para a crise hídrica é o
consumo de energia cada vez mais intenso em razão de equipamentos eletrônicos.
Para gerar um KW de energia são necessários, segundo cálculos hidrométricos,
6.660 litros de água armazenada nas represas hidrelétricas espalhadas pelo
país. Um lar que consuma mensalmente 210 KW provoca o consumo de 1 milhão 390
mil litros de água, além da conta individual marcada pelo hidrômetro.
Nada a estranhar se as nascentes secam,
se os poços artesianos se esgotam, se os rios morrem e se as represas se
esvaziam.
O Seminário Águas Acima é uma
conclamação do IHG do Distrito Federal com o apoio da ANA, da SEMA e a
participação de especialistas da UnB para comprometer a sociedade e cada
cidadão em ações inteligentes que restituam à natureza suas funções essenciais
de sustentar a interdependência de vidas das quais a espécie humana é apenas
uma delas.
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