(Continuação da postagem anterior, com vistas ao II SEMINÁRIO ÁGUAS ACIMA, 21.3.2016, NO IHGDF, 14H30, 703/903 ASA SUL, BRASÍLIA)
POPULAÇÃO: PLANEJAMENTO FAMILIAR
A redução gradativa da população em âmbito nacional e
mundial requer ações imediatas com generosos investimentos em educação mediante
programas nacionais, regionais e locais de planejamento familiar.
Esperar passivamente apenas nos efeitos da
urbanização, na melhoria do ensino primário, nas ofertas de novos motivos de
recreação ou nas dificuldades decorrentes de educação, de emprego e moradia, o
decrescimento da população será lento e as dificuldades de administrar grandes
populações serão quase insuperáveis.
Brasil ainda
cresce à proporção de uma cidade de dois milhões de habitantes, com problemas
crescentes de emprego, moradia, educação e saúde. A ocupação do espaço
geográfico é limitada e afrontar sua capacidade de suporte provoca sérios
desgastes ambientais que multiplicam esforços e investimentos de recuperação de
longuíssimo prazo.
O programa de planejamento familiar cuja meta visa ao
equilíbrio entre necessidades básicas e oferta de bens limitados da natureza
deve envolver a sociedade civil, ser democrático e entregue às mulheres não só
pela função orgânica da maternidade como pela educação da prole e gestão da
casa.
O ideal aponta para uma taxa de reprodução que não
supere, em média a reposição simples ou manutenção de uma população cujas
necessidades básicas possam ser individualmente satisfeitas.
DEMANDA: REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA
Diante da situação hídrica mundial e das crescentes
dificuldades de acesso à água no Brasil, impõe-se crescente e inteligente
redução do consumo de água no âmbito individual, na produção de alimentos, no
consumo de energia e na fabricação de bens duráveis (madeira, têxtil, aço,
vidro).
O consumo per capita deverá entrar num amplo acordo
social de interesse da sociedade para democratizar o acesso à água, estabelecer
um teto além do qual serão impostas sanções proporcionais à não observância da
lei. Controles administrativos, fiscais e financeiros terão que ser
aperfeiçoados e sua difusão deve abranger não só os funcionários contratados
como toda a população.
A extração de água mediante poços artesianos sem
expressa autorização pública dos órgãos de controle deve ser fiscalizada por
meio de sensores e imagens de satélites dirigidas sobre condomínios e áreas
prováveis de exploração.
Investimentos em tecnologia e pesquisas biológicas
serão necessários para produzir alimentos e bens de consumo duráveis com menor
volume de água do que atualmente se usa.
A redução do consumo de água deve acontecer por
pessoa, por unidade doméstica, por unidade de produção (empresa, órgão público)
e por produto. A redução do uso de água em variadas atividades produtivas
demonstrará o custo-benefício dos investimentos supérfluos, a possibilidade de
restrições, sanções, racionamento, alternância na distribuição e o sobrepreço
acima de determinado limite em períodos de estiagem.
OFERTA: CAPTAÇÃO E FLORESTAMENTO
Dada a limitação cada dia maior do acesso à água pela
população mundial e, especificamente, do Distrito Federal em razão do
superpovoamento, a sociedade civil e o governo distrital devem atuar em duas
direções: garantir a quantidade e a qualidade da água.
Uma das medidas urgentes a serem viabilizadas pela
sociedade e pela administração pública é a captação das águas pluviais no
âmbito da cidade de Brasília e na área rural. Distintas tecnologias de custos
variáveis e algumas delas com custos mínimos podem ser imediatamente aplicadas
para esse fim. Há dois mil anos, na região montanhosa de Gansu, no leste da
China, a população consome, para todas as atividades sociais e econômicas, água
captada da chuva e do derretimento das geleiras por meio de cisternas. A
conservação da vegetação nativa constitui o mais eficaz fator de preservação
dos cursos de água.
Metas anuais progressivas deverão ser fixadas de
captação e uso de águas pluviais para limpeza urbana, irrigação de gramados e
jardins e para produção de alimentos. Se a sociedade se mobiliza por suas
próprias forças e recursos, em cinco anos a fisionomia do Distrito Federal terá
um visual densamente verde.
O reflorestamento no DF deve ser intensificado por
todos os meios, tanto na preservação de espaços verdes, quanto no plantio de árvores
ao longo de rodovias e na multiplicação de pequenos parques para a purificação do
ar, refúgio de pássaros e repouso dos habitantes.
A qualidade da água da chuva, das nascentes, córregos
e rios do DF depende do tratamento de lixo urbano e das águas usadas.
Ao longo de rodovias devem ser construídos pontos de
coleta de lixo que atualmente é jogado em grandes quantidades no meio da
vegetação e levado aos córregos e rios pela chuva que desce das vias
asfaltadas. A qualidade da água não depende apenas do tratamento químico que a
encarece. Ela pode ser consequência mais econômica de atitudes e comportamentos
civilizados da cidadania.
Brigadas contra
incêndios, móveis e temporárias, no período seco, precisam ser localizadas em
áreas que abrigam mananciais ou nascentes para orientar a população a não atear
fogo na vegetação e, em casos acidentais, prontamente debelá-lo.
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