COLUNA DO EUGÊNIO XV -
Em
1974, quando visitei pela primeira vez o Sítio das Neves com a intenção de me
tornar hóspede daquela biocomunidade, bebi a água fria e limpa do Ribeirão das
Lajes. Podiam-se contar os calhaus a meio metro de fundura. Em 2015, já é
temeroso tomar banho nessas águas. Piora a qualidade das águas do Distrito
Federal.
O
latifúndio que se estendia de Luziânia a Santo Antônio do Descoberto, por trás
do Gama, antes da nova capital, havia deixado quase deserta a bacia do Ribeirão
das Lajes. Em 40 anos, mais de 200 casas e 1.500 moradores, com pequenas
lavouras, gado solto nos pastos, pocilgas, aviários e açudes de pesque e pague
mudaram a destinação da área e modificaram o ambiente. Toneladas de lixo são
lançadas ao chão. As águas da chuva arrastam grande parte dos detritos, metros
cúbicos de areia e sedimentos ao Ribeirão. Animais mortos, esgotos dos condomínios,
esterco dos animais domésticos, plásticos, latas, garrafas, sacos de fibras
rolam pelo Ribeirão até a represa de captação e tratamento da Caesb que
abastece de água o povoado do Engenho das Lajes. Nessa microbacia hidrográfica,
o Sítio das Neves é uma das raríssimas áreas de limpeza da água e proteção das árvores
do Cerrado. Os moradores preferem o poço artesiano ao cuidado das nascentes.
MAPA DO SÍTIO DAS NEVES - BR-060 KM 26 - ;Área protegida
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