Parece difícil
abandonar o cacoete da discussão generalizada e ideologizada sobre a condição
de ricos e pobres. O sucesso da gestão econômica se mede pela riqueza física
acumulada no corpo do Estado ou nas mãos de empresas privadas.
A preocupação das diferentes
facções do neoliberalismo e neocapitalismo com tinturas de políticas sociais contraditoriamente
se dirige ao enriquecimento cada vez maior do rico, com mais ou menos
intensidade, e o empobrecimento relativo do pobre que patina na areia para sair
da zona de turbulência e de segregação. Essa dicotomia está longe de terminar
uma vez que as medidas econômicas favorecem a permanência desses dois blocos.
Nossa economia e seus
condutores tateiam com ensaios, soluções improvisadas e justificativas, mas escorregam
na compulsão do consumo para equilibrar o resultado dos investimentos sob a espada
do PIB. Índices e curvas se multiplicam exacerbadamente para determinar quem ganha
e quem perde na refrega obsessiva do crescimento econômico.
A posição ideológica sobre
quem é mais rico ou menos pobre tem que evoluir para algo mais nobre e mais duradouro:
a segurança da sobrevivência das pessoas e da espécie humana frente às limitações
ecológicas para sustentar a vida inteligente no planeta.
Os indicadores de proteção
à sobrevivência humana refletirão a distribuição equitativa e os limites da riqueza
ecológica disponível à população mundial. Entre os principais indicadores estarão:
emissão de gases de efeito estufa, água, áreas verdes, uso de agrotóxicos para produção
de alimentos, geração de empregos verdes, ciência e tecnologia adequadas à sobrevivência.
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