(Foto: Zona livre e intocada do Sítio das Neves. Pedras, água, árvores e macacos-prego.)
Neste meu lugar, onde passo dias da semana – Sítio das
Neves – que declarei zona liberada da ganância industrial e do consumo
obsessivo, a natureza penetra o íntimo do ser e produz um estado de satisfação
metafísico.
As árvores, pacientes, não reclamam outro lugar. Não
têm interesses. São tolerantes com a diversidade ao seu redor. Diversidade no
tamanho, mas essencialmente iguais na origem.
Olham para cima onde encontram o Sol e as estrelas da noite. Voltam-se
para os lados entrelaçando-se carinhosamente e abraçando-se fraternalmente com
as vizinhas.
Trabalham intensamente, em silêncio, transformando
carbono em oxigênio. Laboratórios de fotossíntese. Olho para elas, grandes e
pequenas. Nenhum temor, nenhum medo. As que nasceram depois de mim e já
morreram, cumpriram seu destino. As que nasceram antes de mim, com certeza
sobreviverão ao meu curto destino. Levarei comigo a lembrança delas. E elas
consolidarão a serenidade da floresta, a quietude das horas, o silêncio da
noite, a continuidade da vida.
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