Na exposição do pesquisador da Embrapa Jorge Werneck
que ouvi, ontem, no auditório da Segeth, ficou claríssimo que sabemos tudo
sobre água. Onde está, por onde corre, sua profundidade, a quantidade de
dejetos que arrasta aos córregos, o volume de cada mês chuvoso. Mas quase nada sabemos
sobre as chuvas, além de que são a única fonte de abastecimento de nossos rios.
Se vai chover muito ou pouco ou se vai chover onde precisa e no momento que se
precisa, saberemos só depois da seca ou da inundação. Por isso se constroem
grandes represas, mas na incerteza de que se encherão na hora certa.
Estamos
diante de um dilema: a incerteza de ter água disponível e a certeza de que
consumimos muita água. O crescimento do número de consumidores é anunciado. Resta
a dúvida de ter chuvas na medida adequada.
O DF é conhecido como berço das águas. Alimenta o
Tocantins, o São Francisco e o Paranaíba que vai ao Sul. No DF, anualmente, 60
mil novos consumidores de água somam-se aos 3 milhões existentes. Quem, na
esfera administrativa, composta de dezenas de órgãos de decisão, está preparado
para administrar uma nova Vicente Pires por ano? Eis a razão do caos
administrativo do DF.
Qual é o volume médio de água de um habitante do DF?
190 litros por dia (Caesb). Parte dela vai ao esgoto com dejetos corporais. Qual
é o volume médio de água necessário para gerar a energia elétrica de 3 KW diários
de cada cidadão brasiliense? 19.800 litros por pessoa (para gerar um KW são
necessários 6.600 litros). Águas que saem de represas longe de Brasília, mas nascem
aqui. Feitas as somas, chova ou faça sol, os 3 milhões de brasilienses consomem,
por dia, 59.4 bilhões de litros de água.
Sabemos tudo sobre água. Só não sabemos administrá-la.
Estamos matando a água no berço. Poupe água. Apague a luz!
6.7.2016
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