A PEDRA É UM SER SOCIAL
Sento sobre uma pedra milenar
À beira de um arroio antigo.
A rocha, o granito, o calhau,
Olham-me serenos, em silêncio loquaz.
Contam-me velhas histórias
Das eras do indeciso caos.
Comove-me o diálogo pétreo,
O sorriso tímido, colorido.
As pedras rolam sem destino certo.
Acolho os seres pétreos solitários
Que tombaram pelo caminho.
Sento-os no beiral da janela,
Aperto-os na mão trêmula,
Conto-lhes as inseguranças dos dias.
As pedras milenares do riacho
Me ensinam, com mudez serena,
A perenidade fugaz do tempo.
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