segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

BATEDORES DA COCA-COLA

Ser assaltado no estacionamento da universidade ou na saída do cinema, ser obrigado a esvaziar a conta no caixa eletrônico para satisfazer o ladrão, que ameaça com revólver, são acontecimentos de rotina.
Os arrastões na praia, no supermercado ou em edifícios de bairros nobres, vigiados 24 horas por dia, também não são raridade neste país.
Como brasileiro só obedece a lei se a polícia está por perto, o governo resolveria o difícil problema do emprego, contratando milícias na proporção de um soldado, agente ou qualquer outra denominação mais apetitosa, por grupo de dez cidadãos. O único inconveniente é que não haveria quem controlasse as milícias.
Por falta de esquema de rígido controle da população, apesar de nos convencerem com estatísticas diárias do crescimento da renda, de que vivemos no melhor país do mundo e que nossas pequenas debilidades desaparecem diante dessa decantada virtude da cordialidade brasileira, os fornecedores de mercadorias às lojas e supermercados obrigam-se a contratar escoltas armadas para proteger-se contra os ladrões.
Haverá tantos ladrões soltos nas ruas de nossas cidades que caminhões da Coca-Cola devam ter por perto uma frota de carros blindados e homens fortemente armados, para descarregar pacificamente uma dezena de caixas no empório da esquina?
Soube, buscando melhores fontes, que essa providência só é tomada em locais de risco. Bancos, supermercados, centros comerciais, cidades satélites em torno de Brasília figuram entre os mais visados.
Com o passar dos dias, o risco estará em sair do supermercado com uma sacola de pão, um quilo de feijão e 300 gramas de carne.
Nunca foi tão grande a seriedade neste país.

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